A Embraer anunciou nesta terça-feira (27), perdas de US$ 109,6 milhões no terceiro trimestre do ano, que atribuiu principalmente ao efeito da desvalorização do real frente ao dólar.

As perdas são dez vezes superiores às do mesmo período do ano passado (US$ 10,7 milhões), contrastam com o lucro de US$ 129,3 milhões obtidos no segundo trimestre e supuseram que o balanço acumulado nos primeiros nove meses do ano afundasse em números vermelhos.

Entre janeiro e setembro a Embraer, a quarta maior fabricante de aviões do mundo, teve perdas de US$ 42 milhões, que sobressaem perante o lucro de US$ 243,3 milhões alcançado no mesmo período do ano passado.

A desvalorização do real frente ao dólar, que foi de 28% no terceiro trimestre, aumentou as despesas nos impostos de renda e outras contribuições, explicando em grande medida as perdas, segundo a empresa.

O resultado bruto de exploração, medido pelo indicador Ebitda, foi de US$ 158 milhões no terceiro trimestre, com uma margem de 12,3%, frente aos US$ 135,9 milhões e uma margem de 11% do mesmo período do ano anterior.

O faturamento subiu 3,6% no trimestre, em comparação ao mesmo período do ano anterior, e ficou em US$ 1.284,6 bilhão.

No acumulado do ano, o faturamento chegou a US$ 3.853,7 bilhões, 9,1% a menos que nos nove primeiros meses de 2014.

A Embraer terminou setembro com uma dívida líquida de US$ 643,9 milhões, 38,6% a mais que em junho, o que se deveu ao uso de US$ 115,3 milhões do fluxo livre de caixa.

A empresa entregou 68 aviões comerciais, de até 120 assentos, e outros 75 do segmento executivo, dos quais 18 são de tamanho maior e 57 jatos ligeiros.

A pasta de pedidos firmes fechou o trimestre em US$ 22,8 bilhões, US$ 100 milhões a menos que no trimestre imediatamente anterior.