Em uma semana marcada pela forte aversão ao risco, com o aprofundamento das tensões comerciais entre Estados e China, crise em países europeus e temores sobre a atividade global, esta sexta-feira, 9, terminou melhor do que começou, mas ainda com sinais negativos.

As Bolsas voltaram a cair, enquanto o dólar ganhou valor diante de moedas mais fracas. Como resultado, a divisa dos EUA acumulou a quarta semana consecutiva de alta diante do real, período em que subiu 4,09%. Nesta sexta, a valorização foi de 0,33%, chegando a R$ 3,9405. Os índices norte-americanos voltaram a cair, mas o Ibovespa recuou menos, 0,11%, fechando a semana aos 103.996,16 pontos.

Mais polêmicas de Trump

O comportamento dos mercados nesta sexta-feira teve ligação direta com declarações pouco animadoras do presidente americano, Donald Trump, sobre a perspectiva de um acordo com a China. Além disso, Trump também falou sobre restrição a negócios dos EUA com a chinesa Huawei, o que estressou ainda mais os investidores. Mas a Casa Branca colocou um freio de arrumação a dizer que tais restrições são relativas a órgãos do governo norte-americano, e não às empresas americanas em geral.

Com a semana marcada pela divulgação de índices de inflação abaixo do previsto e mais indicadores fracos de atividade, os investidores se mostraram majoritariamente inclinados a apostar em um novo corte de 0,50 ponto porcentual da Selic, a taxa básica de juros, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em 17 e 18 de setembro. Há, inclusive, mais casas que já enxergam a possibilidade de o juro básico ceder abaixo de 5% ao ano ao fim de 2019, caso o cenário de fraqueza econômica e de preços continue preponderando.

Bolsa acumulou alta na semana

O Índice Bovespa perdeu fôlego nesta sexta, após três altas consecutivas. O indicador chegou a subir moderadamente pela manhã, mas inverteu a tendência no início da tarde, sob influência direta das Bolsas de Nova York. Assim, terminou o pregão em leve baixa, de 0,11%, aos 103.996,16 pontos. Apesar da forte turbulência dos últimos dias, o índice encerrou a semana com alta acumulada de 1,29%, na contramão das perdas dos índices americanos e depois de ter chegado a perder o nível de 100 mil pontos na segunda-feira, 5.

As quedas na Bolsa de São Paulo foram puxadas pelas ações de bancos e pelos papéis de empresas ligadas a commodities. Vale ON seguiu a queda dos índices de metais e terminou o dia com perda de 3,58%, na mínima do dia, contaminando as ações de siderurgia. Nesse grupo, destaque para Usiminas PNA (-2,41%) e CSN ON (-2,01%).