O dólar fechou em alta de 0,44%, a R$ 5,6230, nesta quarta-feira (7), marcada por declarações que dizem respeito à situação fiscal do Brasil. Dentre emergentes, o real foi a terceira moeda que mais se desvalorizou na sessão, atrás da lira turca e do rand sul-africano. O dólar turismo está a R$ 5,77.

Após reportagem da revista Veja sobre uma eventual extensão do auxílio emergencial até junho de 2021, com a prorrogação do estado de calamidade pública, o dólar chegou a R$ 5,64, na máxima do dia. Caso o programa se estenda, aumentam os gastos do Estado, que já tem uma dívida pública de quase 100% do PIB (Produto Interno Bruto).

A moeda reduziu ganhos depois que o ministro Paulo Guedes (Economia) voltou a afirmar que o benefício acaba em dezembro.

Outro fator de estresse para investidores foi a entrevista do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, à Jovem Pan. Ele alertou sobre o efeito do risco fiscal nos títulos do Tesouro de curto prazo, que estão com juros maiores, levando o preço do papel a despencar. Segundo Campos Neto, isso faz parte de um desequilíbrio "muito perigoso".

As declarações também pesaram no Ibovespa, que devolveu ganhos e fechou estável, a 95.526 pontos.

No exterior, o viés foi positivo com a expectativa de pacotes econômicos do governo de Donald Trump.

Ainda na terça (6), após suspender as negociações entre republicanos e democratas sobre um novo pacote de alívio aos efeitos do coronavírus Trump pediu ao Congresso que aprovasse uma série de projetos de lei menores e independentes, que incluiriam um pacote de socorro para a indústria aérea, fortemente atingida pela crise do coronavírus.

Dow Jones e Nasdaq subiram 1,9% cada uma e S&P 500, 1,7%.