O dólar à vista fechou em R$ 4,2055, com alta de 0,29% e no valor mais alto desde o Plano Real. A sessão desta segunda-feira, 18, foi negativa para divisas emergentes conforme pesaram dúvidas sobre a situação comercial entre Estados Unidos e China. No Brasil, a força do dólar seguiu amparada pela falta de expectativa de considerável ingresso de capital no curto prazo, depois da frustração com a participação estrangeira no leilão do excedente da cessão onerosa, no começo de novembro. Com isso, a cotação deixou para trás o recorde anterior nominal para um fechamento —de 4,1957 reais na venda, do dia 13 de setembro de 2018.

O movimento influenciou também a curva de juros. As taxas, que vinham durante o dia em leve queda, zeraram o recuo e passaram a oscilar com viés de alta, também batendo máximas. Segundo operadores, a alta ocorre na esteira de um aumento sazonal da procura pela moeda americana e na ausência de notícias com força suficiente para puxar o dólar para baixo. Colabora ainda um cenário turbulento na América Latina e o noticiário externo que colocou novas dúvidas sobre o acordo EUA/China.

Operadores nas mesas de câmbio e renda fixa ressalvam que o movimento pode ser pouco representativo uma vez que não tem respaldo de liquidez. Nas ações, o Ibovespa também perdeu força, passando a operar no terreno negativo e renovando mínimas. Às 16h39, o índice tinha 106.490,10 pontos (-0,06%).

As principais taxas de juros fecharam nas máximas. A do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 encerrou em 4,68%, de 4,639% no ajuste de quinta-feira, e a do DI para janeiro de 2023 subiu de 5,751% para 5,82%. A do DI para janeiro de 2025 terminou em 6,36%, de 6,331%, e a do DI para janeiro de 2027 avançou de 6,661% para 6,68%.

Em evento no Planalto, sobre o descontingenciamento do Orçamento deste ano, o ministro da Economia, Paulo Guedes, avaliou que o governo chega ao fim de 2019 em situação fiscal melhor pela existência de receitas extraordinárias e desinvestimentos, o que permitiu descontingenciar todo o orçamento que estava bloqueado, de R$ 14 bilhões. O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, considerou a liberação da totalidade de recursos contingenciados no Orçamento de 2019 uma "vitória" do governo.

Já o secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, disse que o pagamento do bônus de assinatura do leilão da cessão onerosa está mantido para o dia 27 de dezembro deste ano, bem como o pagamento imediato dos R$ 34,6 bilhões que correspondem à parte que cabe à Petrobras.