O dólar iniciou as negociações desta terça-feira, 10, a R$ 4,6767, com queda de 1,01% em relação ao valor de fechamento de segunda-feira, 9, R$ 4,7243. A Bolsa também se recupera, depois de um dia de prejuízos, com queda de 12,17%, a maior desde 1998. Nesta terça, às 11h10, tinha alta de 4,33%, subindo para os 89.798,21 pontos.  No mesmo horário, a moeda americana tinha queda de 1,32%, cotada a R$ 4,6620.

As Bolsas de Nova York confirmaram as expectativas e operam em alta, em meio ao clima de recuperação que pauta os mercados internacionais e à espera dos estímulos fiscais que devem ser anunciados pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para conter os impactos do coronavírus sobre à economia. Às 10h35 (de Brasília), o índice Dow Jones subia 3,84%, o S&P 500 avançava 3,57% e o Nasdaq, 3,51%. Na mesma marcação, o papel do Goldman Sachs se fortalecia em 6,84% e o da Apple, 4,47%.

O mercado de câmbio começou o dia com mais um leilão à vista de US$ 2 bilhões, após a venda de cerca de US$ 3,5 bilhões na segunda-feira ter limitado o avanço ante o real - o dólar subiu 1,95%, na maior alta porcentual desde 6 de novembro do ano passado, quando avançou 2,2% por conta da frustração com o leilão do pré-sal, e fechou a R$ 4,7243, recorde histórico, após encostar em R$ 4,80 na máxima do dia.

Em março, o dólar ante real acumula alta de 5,49% e, em 2020, de 17,76% - maior variação acumulada neste ano entre as principais divisas emergentes ligadas a commodities, como peso mexicano (+4,46% em março e +8,33% em 2020) e rublo russo (+6,70% no mês e +15,12% em 2020). 

Dia de recuperação
Após abrirem em alta em torno de 15% em movimento de ajuste das fortes perdas de segunda, as ações de Petrobrás reduziram os ganhos, com a ON subindo 7,68% e a PN com avanço de 8,97%. Após o leilão de abertura, a ON entrou em mais três leilões em meio a operações de compra e venda com lotes de ações considerados baixos.

A aceleração dos papéis acompanha a melhora do petróleo, que sobe 8% (Brent e WTI) com movimento de recuperação e após o Ministério de Energia da Rússia convocar reunião com petrolíferas do país para esta quarta-feira, 11, para discutir a possibilidade de cooperar com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

O começo desta semana foi caótico para os mercados financeiros do mundo inteiro, com tombos nas principais Bolsas do mundo. Um dos motivos foi a disseminação do coronavírus e as incertezas sobre o tamanho do impacto da doença na economia global. O segundo, e com relevância ainda maior no cenário, foi a violenta queda nos preços de barris de petróleo, em uma disputa de preços entre Arábia Saudita e Rússia.

Nas casas de câmbio, de acordo com levantamento do Estadão/Broadcast, a moeda americana chegou a ser negociada acima de R$ 5 na segunda. O real se desvaloriza mais e mais perante a moeda dos Estados Unidos nas últimas semanas, batendo novos recordes nominais - quando não se conta a inflação na cotação do dólar - desde o início do Plano Real.

O resultado da máxima do dia de segunda, por exemplo, é o mais novo recorde nominal. Para se ter uma ideia, na abertura do primeiro pregão do ano na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, em 2 de janeiro, o dólar começou sendo negociado a R$ 4,01. Em valores aproximados, a variação da moeda americana, apenas em 2020, considerando a abertura do ano, R$ 4,01, e o fechamento de segunda, R$ 4,72, foi de R$ 0,71, o que representa 15%. 

Mercados da Ásia e Europa 
Nas primeiras horas desta terça, os mercados estão em momento de recuperação das perdas de segunda. As Bolsas da Ásia fecharam em alta generalizada, apagando parte das robustas perdas que sofreram, em meio à expectativa de que governos tomem novas medidas para amenizar o impacto econômico da disseminação do coronavírus. Na Europa, o mercado financeiro segue a mesma tendência e as Bolsas operam em alta. 

Petróleo 
O petróleo também começou o dia em recuperação, após a maior baixa em uma só sessão desde 1991, época da Guerra do Golfo. Os contratos futuros, que já estavam em alta desde a madrugada, ampliaram a mais de 8% após a Reuters noticiar que a Rússia convocou uma reunião com petrolíferas para discutir futuras cooperações com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

Investidores também estão de olho na desaceleração do coronavírus na China e nos estímulos fiscais que serão anunciados nesta terça pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Às 8h33 (de Brasília), o petróleo WTI para abril subia 10,18%, a US$ 34,31 o barril, enquanto o Brent para maio avançava 10,39%, a US$ 37,93.