Com as recentes declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre um novo patamar do dólar e a alta da moeda ante divisas emergentes no exterior por causa dos temores com o coronavírus, a cotação continua avançando no Brasil. O dólar já começou esta sexta-feira, 21, quebrando a sequência de recordes do Plano Real, ao atingir máxima de R$ 4,4066, com alta de 0,35% no mercado.

Às 10h25, a moeda era cotada a R$ 4,4010, com valorização de 0,22%. O dólar turismo já é encontrado a mais R$ 4,60, de acordo com levantamento realizado pelo Estadão/Broadcast realizado com nove casas de câmbio. Logo após a abertura, a Bolsa tinha queda generalizada e o Ibovespa caía 1,05%, chegando aos 113.386,94.

Mesmo se a trajetória de alta persistir, alguns agentes do mercado financeiro dizem que o Banco Central pode continuar ausente, dada a valorização externa frente outras divisas emergentes. No entanto, o índice DXY, que compara o dólar americano a uma cesta de moedas fortes, recua em meio a uma realização de ganhos recentes. Como a moeda ante o real acumula alta de 9,46% em 2020, até quinta-feira, 20, não são descartadas vendas pontuais.

No Brasil, também mexe com o câmbio a perspectiva do fechamento dos mercados no Brasil na segunda e terça-feira por causa do carnaval, com reabertura apenas na quarta-feira de cinzas, às 13 horas. Há incertezas sobre os desdobramentos dos mercados internacionais nesse período e também se vão ocorrer novos ruídos políticos no Brasil.

Os agentes financeiros afirmam que a atividade econômica fraquíssima, a inflação baixa e sinais de possíveis maiores desequilíbrios nas contas públicas sustentam um pano de fundo de cautela em meio à espera do andamento das reformas tributárias e administrativa, que ficam para depois do carnaval.

Na quinta-feira, a divisa fechou a R$ 4,3912, com valorização de 0,59%, em nova máxima histórica, a oitava somente em fevereiro. No dia, a moeda americana chegou a encostar em R$ 4,40. No ano, o dólar já subiu 9,46%.