A comerciante Elizabethe Ferreira da Silva, 56 anos, diz que todos os meses ela compra dois botijões de gás, 45 kg cada um, para manter o restaurante que tem na Capital. Agora com a notícia do reajuste de até 5% no produto, ela diz que também terá que aumentar o valor das refeições que vende em seu estabelecimento.

“Esse acréscimo no valor do gás é absurdo. Eu particularmente vou sofrer muito com o impacto do reajuste e consequentemente quem consume as refeições que vendo também. É uma cadeia, se a gente compra mais caro, para ter mais lucro, também vendemos mais caro”, conta.

O valor que a comerciante reclama já deve ser notado esta semana pelos consumidores. Isso porque a partir desta quarta-feira, 23, o consumidor pagará mais caro pelo gás de cozinha. O reajuste será feito após os revendedores do produto receberem um comunicado do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás) informando sobre o reajuste. O gás de cozinha residencial (GLP) aumentará 5% nas distribuidoras e o GLP industrial e comercial 3%.

Para o aposentado Valdemar Lopes Ribeiro, 65 anos, o aumento de itens básicos para a sobrevivência do brasileiro, como o gás, é desproporcional ao salário que a maioria recebe no País. “Não tem lógica todos os dias os preços das coisas aumentam e o salário não acompanhar. Nós precisamos que tenha uma paridade nesses reajustes, porque senão daqui a alguns dias não teremos como comprar nem o necessário”.

“Se aumenta o gás e não aumenta o salário, como fica o pobre nessa história toda. Nosso dinheiro já é pouco e as coisas estão realmente muito caras. Nosso trabalho é só mixaria?”, lamenta a aposentada Maria José Alves Ribeiro, 64 anos.