O prazo para a entrega da declaração do Imposto de Renda (IR) 2015 começou hoje, mas já tem contribuinte se organizando há muito tempo para esse período. Segundo o contador e membro do Conselho Regional de Contabilidade (CRC-TO) Norton Thomazi, o planejamento ao longo do ano é a melhor forma de evitar problemas com a Receita Federal.

De acordo com Thomazi, é possível fazer a declaração em casa, mas é necessário ficar atento à complexidade da declaração de cada contribuinte. “É preciso tomar cuidado e avaliar o grau de risco da declaração de cada contribuinte.”

Basicamente, a orientação do contador é que só aquele contribuinte que possui apenas uma fonte de renda, um bem imóvel e um veículo faça a declaração sem o acompanhamento de um profissional. Thomazi reforça que só vale a pena preencher o documento sozinho, o contribuinte que tem volumes pequenos de movimentação. “Basta baixar o programa e é fundamental ler o manual disponibilizado pela Receita”, orienta.

No que diz respeito à escolha entre a declaração simplificada ou a completa, o contador lembra que o cálculo é feito pelo próprio programa do IR. O contribuinte deve lançar todas as informações na declaração e, ao final, terá uma análise comparativa de quanto será o imposto para cada uma das opções.

“O que acontece é que para a declaração simplificada não é necessário colocar despesas médicas, por exemplo, mas como a pessoa vai saber se é vantajoso ou não”, questiona o contador. Nesse caso, Thomazi orienta a preencher as despesas médicas, despesas com educação e todas as informações cabíveis, deixando que o programa calcule o melhor resultado dentro desse contexto.

Vale lembrar que quando o contribuinte, que optou por fazer a declaração em casa, se deparar com alguma dificuldade, é imprescindível procurar ajuda. “Às vezes a pessoa quer economizar, mas acaba perdendo tempo e dinheiro”, lembra o contador.

Planejamento

Ao longo do ano é indicado reservar a documentação para fazer a declaração com tranquilidade. A dica fundamental e mais básica é muito simples. “Abra uma pastinha e escreva Imposto de Renda e lá coloque toda a documentação ao longo do ano, diariamente.” O contador acredita que assim, quando chegar a hora de fazer a declaração, o contribuinte já terá tudo reservado.

A pasta deve conter o informe de rendimentos de todas as fontes pagadoras. Aqueles que possuem outras rendas precisam também dos comprovantes dessas rendas, como as casas alugadas e outros empreendimentos. Outra parte importante é a documentação patrimonial, que diz respeito à escritura de imóveis e documentos de veículos. O informe de rendimentos do banco é outro documento que não pode faltar. Separar as despesas médicas também pode ajudar a reduzir o valor final do imposto, para isso é preciso solicitar a nota fiscal sempre que for ao médico.

A dúvida mais comum, segundo Thomazi, é o que pode ser deduzido no IR e como fazer para pagar menos, legalmente. “Basta acessar na lista de deduções da Receita. Um exemplo, do que já está em vigor e poucos sabem, é a dedução de 12% do INSS patronal da empregada doméstica”, argumenta.

Thomazi também tem uma dica importante para quem opta por deixar a responsabilidade de fazer a declaração do IR nas mãos de um contador. “Seja honesto e passe todas as informações. Às vezes, o cliente acaba não contando sobre todas as rendas e despesas, o que dificulta o trabalho”, afirma.

O contador também diz que é importante não deixar para última hora, porque caso surja algum problema será mais fácil resolver. “Além disso, quem declara primeiro, recebe a restituição primeiro”, finaliza.