Mês de julho no Tocantins sempre foi marcado pela alta temporada e com programação diferenciada para os turistas, que costumavam se aglomerar nas praias da Capital e do interior. Entretanto, neste ano, a pandemia do novo coronavírus simplesmente deu uma rasteira em toda e qualquer tradição que implicava em ter algum tipo de público, e com a temporada de praia não foi diferente.

Para conter o causador da Covid-19, doença que já infectou quase 20 mil pessoas no Estado e matou 334, segundo o Boletim Epidemiológico da Secretaria Estadual de Saúde (SES), as prefeituras dos municípios vêm determinando diversas medidas para evitar aglomerações, inclusive nas praias.

E para evitar que haja aquela aglomeração de antes, os comerciantes estão tendo que se ‘virar nos 30’ para garantir as medidas de higienização e segurança dos clientes. Em uma barraca localizada na Praia do Prata, em Palmas, um dos comerciantes inovou, e instalou biombos entre as mesas, mantendo assim a distância exigida pela Prefeitura, de 2 metros entre um cliente e outro. “Meu patrão trouxe essa ideia de fora antes da pandemia estar como neste momento, e procurou se adequar mesmo antes dos órgãos e Vigilância Sanitária exigir o protocolo de distanciamento das mesas”, explicou o gerente do estabelecimento, Odair Gonçalves Silva.

Ele conta ainda que a confecção dos biombos não foi um investimento caro a se fazer, levando em consideração a segurança dos clientes, e que quem frequenta a barraca está gostando da novidade. Eles são feitos com uma espécie de plástico acoplados em uma estrutura de ferro com uma extensão de dois metros e vinte centímetros, que fica entre as mesas separando-as, evitando assim a proximidade entre os frequentadores da Praia do Prata.

Diferente dos anos anteriores, o movimento está fraco neste mês de julho bem atípico, como todo o ano de 2020 está sendo. Silva conta que o estabelecimento precisou demitir ao menos seis funcionários já que passaram cerca de 100 dias sem abrir a barraca, e que com a determinação de controle da movimentação para evitar a quantidade de mesas diminuiu 70%. “Hoje, por exemplo [sexta-feira], era para estarmos com a praia lotada. Se fosse no ano passado estaríamos no pico da alta temporada de julho. Mas estamos agora com a corda no pescoço pelo fato de não podermos trabalhar. Ainda tínhamos a esperança que nesse mês conseguiríamos pagar as contas, mas está complicado. Só que estamos abrindo normalmente, vendemos comida, mas não pode vender bebida alcóolica”, conta o gerente, ressaltando ainda que a barraca toma todas as medidas de higienização exigidas.

Decreto

A Prefeitura de Palmas vem endurecendo as medidas relacionadas aos comércios da Capital diante do aumento dos casos no último mês. Os estabelecimentos não considerados essenciais devem fechar as portas entre 20 horas e 5 horas da manhã, conforme o Decreto nº 1.920/2020, e no último final de semana, 18 e 19 de junho, as praias foram interditadas em determinados horários para evitar aglomerações. O decreto tem validade até a próxima segunda-feira, 27 de julho.