-Imagem (1.662513)O aumento dos preços de bens e serviços, que implica no poder de compra da moeda, é conhecido como inflação, segundo definição do Banco Central. Essa alta é medida pelos índices de preços, especialmente o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O banco apontou que na prévia de maio, esse índice registrou taxa de 0,59%. Mesmo sendo menor do que a do mês de abril (1,73% ), ela é ainda superior ao 0,44% de maio de 2021.Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), essa é a maior variação do IPCA-15 para um mês de maio desde 2016 (0,86%). Com o resultado o índice acumula taxas de inflação de 4,93% no ano e de 12,20% em 12 meses. Mas o que todos esses percentuais significam na prática? Em poucas palavras, na vida real, essa alta implica em preços mais caros nas prateleiras dos supermercados. Se levarmos em conta apenas os produtos da cesta básica, o aumento pode ser considerado ainda maior, com altas que chegam a 18%. Conforme dados do IBGE, a batata-inglesa subiu entre os meses de março e abril, saltando 16,78% no período. Também tiveram alta a cebola, de 14,87% e o leite longa vida, que subiu 7,99%.Os dados de abril apontam que os altos índices tiveram impacto no setor alimentício e de bebidas, representando um reajuste de 2,06% nos produtos em relação a março. Para quem trabalha com o setor de alimentação fora do lar, manter o negócio gerando lucro em tempos de inflação alta é uma das tarefas mais complicadas para a categoria. Dois após o início da pandemia da Covid-19, o empresário Fábio Souza relata que, desde 2015, o seu comércio não havia presenciado um cenário econômico tão incerto e desfavorável. “Já tivemos 24 meses muito complicados. Mantermos o restaurante com as portas abertas foi um milagre, sabíamos que a recuperação seria lenta, mas desse jeito está difícil demais. Passamos por uma pandemia de dois anos, e agora impacta diretamente no setor alimentício. Mas estamos persistindo, fazendo como todo brasileiro, economizando, fechando uma torneira aqui e ali, para evitar desperdícios”. Conforme o empresário, na gestão do seu restaurante, o comerciante faz jogo de cintura e tenta driblar a constante alta dos preços, para que a alta não chegue tão apertada no bolso dos clientes. “Sentimos muito o aumento da inflação dos produtos, principalmente das proteínas, da carne, do óleo e de algumas verduras. Produtos da cesta básica que no nosso restaurante a gente usa bastante para poder oferecer um produto de qualidade para nosso cliente”. No caso das carnes, a alta chegou a 8,06% e 103,26% para o tomate. O segundo produto que mais encareceu foi o café, que subiu mais de 67% no período.Para economizar, segundo o empresário, ele optou em trocar alguns pratos à base de carne bovina pelas aves. O que Fábio não contava é que o preço do frango também iria aumentar, porém, o jeito foi apostar na inovação do cardápio. “Se antes oferecíamos o filé de frango, agora passamos a montar o fricassé de frango, que utiliza outros produtos e ameniza o preço final da ave. Nosso desafio é usar menos proteínas e abusar de alimentos com preços mais baixos, mas fazer um prato de qualidade”. Setor dos combustíveis continua impactando o bolso do consumidor O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística aponta que oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta em maio, com destaque para transportes, com inflação de 1,80%. Ainda entre os itens que puxaram a alta de preços do segmento estão as passagens aéreas (18,40%), combustíveis (2,05%), seguro de veículo (3,48%), táxi (5,94%), metrô (2,17%) e ônibus urbano (0,17%).De acordo com o presidente do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Estado do Tocantins (Sindiposto-TO), Wilber Silvano, no caso específico dos contínuos reajustes de preços dos combustíveis, o caminho é inverso, porque está ligado à escassez do produto e a variação cambial. “Isso tudo faz com que o preço do combustível suba, o que gera uma onda de inflação nos outros produtos”. Como apontou o Jornal do Tocantins, a Petrobras anunciou nos primeiros dias deste mês, um novo reajuste no preço dos combustíveis. O aumento começou a ser aplicado no último dia 10, nas distribuidoras. O preço médio do litro na base passou de R$ 4,51 para R$ 4,91, ou seja, aumento de 8,87%, mas na capital o reajuste é de 9,09%. -Imagem (1.2453405)