-Imagem (1.1902072)-Imagem (1.1902064)Em 1991, três anos após de o Tocantins ser criado, a partir do Norte do Estado do Goiás, a população tocantinense contava com 920.116. Hoje, com 31 anos, o Estado possui, em seus 139 municípios, 1.572.866 habitantes, segundo dados atuais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O aumento populacional é de 70,94%. Com um número considerado pequeno de habitantes, se comparado com outros estados do Brasil, o Tocantins tem se desenvolvido e melhorado, paulatinamente, seus índices socioeconômicos.Um dado que chama atenção é a taxa de mortalidade infantil que regrediu de 33,56%, a cada mil nascidos vivos, para 12,39%. Ou seja, em 17 anos, o número reduziu 63,08%. Em 2013, o Estado conseguiu alcançar a 14º posição no ranking de mortalidade infantil, com índice atrás de estados como Alagoas, Maranhão, Amapá, Piauí, Bahia, Paraíba, Rondônia, Sergipe, Amazonas, Acre, Rio Grande do Norte, Pará, Ceará e Mato Grosso.De acordo com os últimos dados do último Censo Demográfico do IBGE (2010), a taxa de crescimento anual da população tocantinense é de 1,8%. O IBGE estima 78,81% da população vive na zona urbana e 21,19%, habitam a zona rural. O IBGE aponta que 49% da população tocantinense se concentra em apenas dez cidades, a maior parte delas nas regiões Central e Norte do Tocantins. Mais de 80% dos municípios do Estado - 116 - têm menos de 10 mil habitantes e 55% - 76 municípios - têm menos que 5 mil. As cidades mais populosas são Palmas, Araguaína, Gurupi, Porto Nacional, Paraíso do Tocantins , Araguatins, Colinas do Tocantins , Guaraí , Tocantinópolis e Dianópolis.Paulo Ricardo da Silva Amaral Jesus, supervisor de disseminação de informações do IBGE no Tocantins, pontua que todos os índices econômicos do Estado melhoraram ao longo desses 31 anos e, por isso, é pacífico afirmar que o Estado é um acerto do ponto de vista social. “O Tocantins não teve tempo para se instalar ou se organizar economicamente de maneira a ser autônomo. As atividades econômicas do Tocantins aumentaram ao longo dos anos, entretanto, não é suficiente para manter a sua necessidade de produtos e serviços. Ainda há uma relação de dependência significativa de transferências constitucionais e da União, o que é natural em estados jovens”, diz.Jesus afirma que essa relação é comum em locais onde a atividade econômica é incipiente. “As pesquisas mostram que entre 30 e 40 anos, o Tocantins terá sua atividade econômica mais sedimentada e consolidada. Essa população vai conseguir dinamizar essas atividades econômicas de forma proporcional”, destaca.Segundo ele, a taxa de fecundidade do país caiu abaixo da reposição necessária ao longo dos anos, em função da melhoria do acesso aos métodos contraceptivos. “Por isso, a população do Tocantins pode parar de crescer em um futuro próximo, e isso não considerado é ruim. A explosão demográfica não é positiva. O que é positivo é que o remanejamento de produtos, serviços e serviços públicos sejam razoáveis e planejados por conta disso”, completa.Desemprego preocupa, mas Estado apresenta bons índices sociaisEconomicamente falando, as atividades que mais agregam valor financeiro ao Estado, proporcionam geração de emprego, renda e participação no Produto Interno Bruto (PIB) são serviços, indústria e agropecuária. Respectivamente, as atividades correspondem a 70%, 16% e 14% do PIB. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Tocantins é 0,699 e ocupa a 14ª posição no país. O número é considero médio. Jesus afirma que a atividade que mais emprega são aquelas que são ligadas ao comércio varejista e de serviço, como supermercados, autopeças e etc.O economista Raimundo Casé explica que o PIB do Tocantins representa 0,5% do PIB brasileiro, número considerado baixo e representa um desafio muito importante. Casé argumenta que mais de 40% dos trabalhos no Tocantins é informal, o que causa irregularidades fiscais e previdenciárias, dificultando a organização administrativa do Estado. “Outra preocupação é que mais 11% da população acima de 14 anos está desempregada. O número é bastante expressivo. Temos um grande caminho a seguir, pois pouco menos de um terço da população tem saneamento básico adequado, o que implica em condições de saúde, expectativa de vida e as condições ambientais são desfavoráveis”, comenta.Casé aponta que 17,41% pessoas de 15 a 29 anos não trabalham. “Isso compromete as pessoas e o Tocantins enquanto força econômica. No entanto, O Tocantins é um dos estados que melhor avançaram em termos de indicadores sociais e econômicos. Há uma clara convergência para alcançar médias ideais se continuarmos nesse processo”, finaliza.Bom de investirPioneiro no Estado, o dono de uma empresa de ferramentas, Ivan Ricardo Naves Inácio, chegou ao Tocantins há 23 anos, vindo de Goiânia (GO), para montar sua loja na Capital. Na época, a cidade tinha somente pouco mais de 20 mil habitantes. A empresa tinha somente dois funcionários. Hoje conta mais duas lojas, uma em Araguaína e outra em Gurupi e 140 funcionários. “Comecei quando ainda era sócio da empresa. Com o tempo, obtive capital para comparar a sociedade. No começo vendíamos 2 mil itens e, atualmente, temos 25 mil”, ressalta.A empresa consolidada no Tocantins também vende seus produtos pela internet para todo o Brasil há um ano. “O bom de ter chegado ao Estado naquela época foi que ele nos permitiu crescer bastante. Não vou parar de mexer com isso porque é um setor que cresce muito. Se eu tivesse em outro estado eu não teria a oportunidade que tive aqui e daqui não quero ir embora”, diz.Ernani Soares é proprietário de uma loja varejista de artigos esportivos na Capital e está há 27 anos no Tocantins. “Somos a primeira do Estado e estamos no mesmo endereço desde que chegamos”. Ele também saiu do Estado de Goiás e, desde, então está na Capital. “Empreender no Tocantins tem problemas e vantagens. Enfrentamos todas as dificuldades, tivemos a oportunidade de cuidar de pessoas que vieram para cá”, pontua e enfatiza que sua empresa hoje é considerada referência no país. “É um aprendizado muito grande. Quantas pessoas queriam ter a oportunidade de morar em um centro de alguma capital? E nós tivemos a oportunidade de acompanhar tudo isso do começo”, comemora.Para ele, o maior problema econômico do Estado é falta de mão de obra qualificada. “Temos que buscar tudo de fora. É preciso que o governo invista nas grandes indústrias e empresas para qualificar nossa mão de obra. Precisamos da confiança dos empreendedores externos do Tocantins”, conclui.Maria de Fátima de Jesus é dona de uma rede de supermercados no Estado. Ela começou a trabalhar com o seu pai em um mercado na cidade de Paraíso do Tocantins, a 63 km de Palmas, em 1987 e a loja cresceu. Ela dava aulas em um colégio público e nunca conseguiu fazer somente uma coisa. “Pra mim o sucesso está ligado ao trabalho e persistência, acreditar no que faz”, acredita.Ela trabalhou por muito tempo com o seu pai, atuou como bancária e teve outras empresas com o seu marido. Em 1999 ela se mudou para a Capital, para ser sócia-proprietária de uma rede de supermercados. “Um grande desafio, começo muito difícil em muitos aspectos, com o tempo superei as dificuldades e o que mais nos afetava, abrimos novas lojas, continuo o trabalho até hoje”, conta.Para Maria de Fátima, o comércio cresceu muito nos últimos 20 anos, com a melhora da infraestrutura, energia, logística, tecnologia, comunicação e demais setores do Estado. “A criação do Tocantins favoreceu para que muito fosse melhorado. O esforço dos empresários tem sido fundamental para esse desenvolvimento. Muitos segmentos tem se destacado como é o caso dos supermercados. Empregamos um grande número de pessoas, compramos dos produtores locais e tudo isso gera consumo que movimenta o comércio”, diz.Ações governamentaisJosé Messias Araújo titular da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (Setas) explica que para ir na contrapartida de alguns números negativos o Estado tem desenvolvido uma série de ações para auxiliar no crescimento socioeconômico do Tocantins. “Todas as ações da Setas têm sido voltadas para melhorar a vida das famílias tocantinenses, disponibilizando serviços para cuidar do ser humano desde antes de nascer até o final de suas vidas”, diz.Dentre as ações mantidas estão o projeto Criança Feliz, Família Acolhedora, o mantimento de Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), presentes em 23 municípios, e a Casa de Apoio Vera Lúcia (que acolheu mais de 14 mil pessoas, entre acompanhantes e pacientes do Hospital geral de Palmas (HGP), a realização do Cartão do Idoso (até agosto deste ano o Estado entregou 10 mil) e outros projetos como Segurança Alimentar e Nutricional e Inclusão Produtiva, bem como o Sine Tocantins, que realizou mais de 170 mil atendimentos ao tocantinense, dentre outros.Conforme o gestor, Tocantins é referência do projeto Criança feliz no país. A ação busca promover o desenvolvimento adequado da primeira infância, integrando ações nas áreas da saúde, assistência social, educação, justiça, cultura e direitos humanos.A pasta explica que o projeto Família Acolhedora é um serviço que organiza o acolhimento de crianças e adolescentes afastados da família por medida de proteção em residência de famílias acolhedoras cadastradas. No Tocantins, quatro crianças são atendidas por duas famílias no Estado.