Seja de cinco, 10, 20, 25 centavos e até valores maiores, as moedas no mercado viraram uma espécie em extinção no comércio. Um dos fatores pode ser o uso dos cartões e aplicativos para pagamentos, que se tornaram tão populares, levando as moedas a perder o valor de uso no dia a dia. E nessa história quem se vê em saia justa na hora de passar o troco são os comerciantes, que em algumas situações ficam sem opção. Em Palmas, uma lotérica localizada na Quadra 104 Sul, região central da Capital, a situação está tão crítica, que o estabelecimento aceitou pagar a mais para quem leva moedas na hora de usar os serviços do local. De acordo com o gerente da lotérica, Kássio Fernandes Marques, com a dificuldade de troco nos caixas, as pessoas usam a oportunidade e acabam cobrando um valor, que não deveria ser agregado às moedas. “Os clientes pedem um valor de 10% a mais no valor das moedas quando as trazem para trocar. Ou nós pagamos este valor em troca das moedas, ou eles procuram outro comércio e ficamos sem o troco”, conta. Ele relata que a situação ocorre há mais de ano. “É raridade alguém dar a moeda para o comércio e não pedir um valor agregado por isso. E a falta de moedas no mercado tem dificultado a situação do dia a dia no comércio. E Consequentemente é um prejuízo para o operador de caixa”. O gerente ainda conta que neste ano uma pessoa chegou na lotérica com um saco de moedas. Dentro, havia R$ 5 mil. “Então foi uma espécie de compra dessas moedas, porque trocamos o dinheiro e, por essas moedas, pagamos um valor de R$ 500 a mais do dinheiro trocado. Então a gente prefere comprar, pra evitar o estresse”, diz. Segundo Marques, todo mês os funcionários arcam com um prejuízo em torno de R$ 700 reais por causa de troco das moedas. O valor se refere a trocos a mais para os clientes. Outra casa lotérica da cidade, que fica localizado na Avenida JK, invés de pagar a mais por moedas, há a ofertas de vantagens para o cliente com volume de moedas grande, na hora de utilizar os serviços da lotérica. “Por exemplo, ele não enfrenta fila, porque de certa forma ele nos ajuda e nós ajudamos ele. Eles atendem a nossa necessidade e nós a dele, a maioria é comerciante”, diz Luís Caldeira, gerente. A questão é aquela moedinha que muita gente acha que não servirá para nada faz muita falta para quem lida diariamente com o trabalho de caixa. Uma terceira casa lotérica consultada pela reportagem do Jornal do Tocantins, a exemplo das outras acima, também afirmou que todo dia é um sacrifício para repassar o troco aos clientes, porém, segundo a gerente do estabelecimento, não há muita alternativa. “Nós contamos basicamente com a sorte de algum usuário da lotérica vir aqui e ter a boa vontade de trocar aquelas moedinhas guardadas no cofre em casa”. Ele também relata prejuízos pela falta de troco. “Muitas vezes até deixamos passar cinco ou 10 centavos, porque se não há troco, não há o que fazer”, reitera. MoedasDe acordo com dados do Banco Central, em junho de 2021, o total de papel-moeda em poder das pessoas era de R$ 283 bilhões, enquanto o volume de dinheiro depositado em conta-corrente era de R$ 333 bilhões. Também segundo a instituição financeira, neste mesmo ano, Já em relação até 08 de agosto, foram disponibilizados para circulação 331 milhões de unidades de novas moedas.