O diretor do Sindicom (Sindicato Brasileiro das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes) cobrou nesta terça-feira (25) maior liberdade de preços dos combustíveis para que o país possa atrair investimentos em refino e logística."O Brasil tem um trauma com preços dos combustíveis. Isso sempre foi manchete de jornal", disse o presidente do conselho do Sindicom, Leonardo Gadotti Filho, que também ocupa posto na direção da Raízen.Ele argumentou que, em "mercados mais avançados", os preços sobem e descem a todo momento, acompanhando as cotações internacionais.No último dia 14, a Petrobras anunciou redução nos preços da gasolina e do diesel, de 3,2% e 2,7%, respectivamente. Foi a primeira queda desde 2009.Nas bombas, porém, houve aumento do preço médio nacional. Postos e distribuidoras culpam a alta do etanol anidro, que é misturado à gasolina.Em palestra na Rio OIl & Gas, Gadotti defendeu que, sem uma maior liberdade de preços, o país terá dificuldades de atrair investidores para refino e infraestrutura para importação e transporte de combustíveis.De acordo com projeções da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), a dependência externa brasileira quase triplicará até 2030, atingindo 1,1 milhão de barris de derivados de petróleo por dia, caso não haja novos investimentos em refino.A Petrobras já comunicou ao mercado que não pretende construir novas refinarias e que espera que outras empresas venham ao país para fornecer combustíveis.Presente ao evento, o secretário de petróleo e gás do Ministério de Minas e Energia defendeu que os preços no país já são livres.Mas disse que o governo prepara um debate sobre novo modelo do setor de refino e distribuição de combustíveis, com o objetivo de propor novas regras que garantam a atração de investimentos.Entre os desafios, está a garantia de que novos supridores terão acesso às instalações de transporte ou capacidade para construir seus próprios terminais de importação nos portos brasileiros.