Diante da crise nos reservatórios do país, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez um apelo nesta quinta-feira (23) para que a população economize eletricidade e pediu que as pessoas, se puderem, tomem "banho frio".

"Se puder apagar uma luz na tua casa apaga, eu peço por favor. Não use elevador. Tomar banho é bom, mas se puder tomar banho frio é muito mais saudável, ajuda o Brasil. A gente pede a Deus que agora em novembro, final de outubro, venha chuva para valer no Brasil. Para que a gente não tenha problema no futuro, que podemos ter problema no futuro", disse Bolsonaro, durante sua live semanal.

Em outro trecho da transmissão, Bolsonaro pediu que as pessoas apaguem luzes excedentes e desliguem aparelhos de ar condicionado.

"Até faço um pedido para você agora. Se tem uma luz acesa a mais na tua casa, por favor apague. Nós estamos vivendo a maior crise hidrológica dos últimos 90 anos. Se você puder apagar uma luz na tua casa, se puder desligar o teu ar condicionado. Se não puder --está com 20 graus?-- passa para 24 graus, gasta menos energia", disse.

No final de agosto, o ministro Bento Albuquerque (Minas e Energia) afirmou, em rede nacional de rádio e TV, que a crise hídrica se agravou e pediu esforço da população e empresas para reduzirem o consumo de energia elétrica.

Bolsonaro também fez apelo semelhante em ocasiões anteriores à live desta quinta.

A falta de chuvas deixou os reservatórios das hidrelétricas em seu pior nível em 91 anos e tem forçado o governo a tomar medidas para tentar afastar o risco de racionamento de energia.

Em junho, em outro pronunciamento, o ministro havia pedido que a população poupe energia e água para enfrentar a crise hídrica.

A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), por sua vez, anunciou uma medida que vai elevar o custo da conta de luz. Foi criada uma nova bandeira tarifária para fazer frente ao aumento dos custos decorrente do agravamento da crise hídrica.

Chamada de "Escassez Hídrica", a nova bandeira custa R$ 14,20 a cada 100 kWh (quilowatt-hora).

No início de setembro, o vice-presidente Hamilton Mourão disse que "pode ser" que ocorra "algum racionamento" de energia no Brasil.