As Bolsas da Europa fecharam em alta nesta quinta-feira, 23, acompanhando a melhora nos mercados financeiros globais em meio à recuperação dos preços de petróleo, após um início de semana caótico. Apesar da divulgação de índices de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) negativos, o Spoxx 600 encerrou em alta de 1,01%, a 333,48 pontos, com balanços corporativos das empresas também influenciando os negócios.

Os ganhos foram generalizados em todos os setores, mas os papéis ligados à área da energia tiveram destaque, com a BP, por exemplo, avançando 2,20% em Londres. Depois de despencarem a mínimas históricas no começo da semana, os contratos futuros de petróleo continuaram o movimento de recuperação nesta quinta-feira, em meio a renovadas tensões geopolíticas entre Irã e Estados Unidos e perspectivas de melhora no quadro geral.

O bom humor pela retomada das cotações da commodity acabou ofuscando a divulgação de dados econômicos ruins. A IHS Markit informou hoje que o PMI composto da zona do euro despencou à mínima histórica de 13,5 em abril, na esteira da crise provocada pelo coronavírus.

Já no Reino Unido, o indicador desabou ainda mais, chegando a 12,9. Embora indique que a economia britânica entrou em uma recessão "sem precedentes", a Capital Economics acredita que o dado não trouxe informações que analistas e investidores ainda não tivessem precificado. Com isso, o índice FTSE fechou em alta de 0,97%, a 5.826,61 pontos, com a ação da Anglo American saltando 3,25%, mesmo após a mineradora reportar queda de 4% na produção no primeiro trimestre ante o mesmo período de 2019.

Na Alemanha, o PMI composto cedeu ao menor nível da história, de 17,1, enquanto o índice de confiança do consumidor caiu a -23,4 na leitura de maio, segundo projeção da GFK, um resultado bem abaixo do esperado pelo mercado, que previa queda a -1,8. Mesmo assim, na Bolsa de Frankfurt, o índice DAX avançou 0,95%, a 10.513,79 pontos.

Em Paris, o CAC 40 subiu 0,89%, a 4.451,00 pontos. A montadora francesa Renault divulgou que teve queda de 19,2% na receita no primeiro trimestre, mas ponderou que ainda é muito cedo para mensurar o impacto da crise do coronavírus nos resultados corporativos. A ação da companhia, no entanto, saltou 4,16%, com relatos de que a gigante do setor automotivo negocia uma ajuda do governo francês.

Já o Credit Suisse revelou que elevou o lucro líquido, nos três primeiros meses do ano, a 1,31 bilhão de francos suíços, o que fez o papel da empresa fechar em alta de 2,28% na Bolsa de Zurique, onde o índice SMI teve leve baixa de 0,05%, a 9.625,48 pontos.

Na Bolsa de Milão, o FTSE MIB registrou alta de 1,47%, a 17.011,11 pontos.

Em Madri, o Ibexx 35 avançou 0,40%, a 6.746,50 pontos, enquanto, em Lisboa, o PSI 20 teve ganho de 1,18%, a 4.148,91 pontos.