Estudo referente às condições climáticas e espectrais dos cultivos de verão observadas entre os dias 1º e 21 de fevereiro, aponta que o clima continua favorecendo os cultivos na maior parte do país, incluindo o Tocantins. Os dados são do Boletim de Monitoramento Agrícola (BMA), publicado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). As análises realizadas neste período indicam que o desenvolvimento dos cultivos de verão é beneficiado por bons volumes de chuva no Tocantins, e nas demais regiões que compreendem o Matopiba (Piauí, Bahia e Maranhão), além de estados como Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Pará e Rondônia.Apesar da grande quantidade de precipitações, os danos por inundação e excesso de umidade nas operações de colheita foram pontuais. A semeadura e o desenvolvimento da segunda safra também contaram com condições favoráveis de clima nesses estados.No período analisado, na região do Matopiba, choveu de 63 a 315 mm, com destaque para os maiores índices de chuva registrados no Tocantins. Os mapas de precipitação acumulada a cada período de 7 dias mostram que o padrão de atuação das Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) e do fenômeno La Niña se manteve, com poucas chuvas no Sul e excesso delas em regiões pontuais do Tocantins, Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais. O Boletim de Monitoramento Agrícola é um estudo feito pela Conab em parceria com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e o Grupo de Monitoramento Global da Agricultura (Glam). Também contribuem com ele agentes colaboradores, por meio de dados pesquisados em campo.Monitoramento das lavouras Dentre os destaques apresentados pelo Boletim, está a colheita do arroz no Tocantins que segue avançando, principalmente na região do Formoso do Araguaia, com área colhida acima de 40%. Mas, devido ao excesso de chuvas, a colheita tem sido reduzida na parte Oeste do estado. Há relatos de Brusone e perdas por excesso de umidade. Já em relação à soja nos estados que integram o Matopiba, as operações de colheita começaram na região, porém ainda em ritmo lento por questões climáticas, já que as chuvas limitam a atividade das máquinas. A evolução da colheita segue dentro do esperado. Há registros de perdas pontuais, mas, no geral, as lavouras remanescentes e os grãos colhidos apresentam boas condições. Ainda referente ao Matopiba, em relação ao milho primeira safra, as lavouras estão todas implantadas e seguem evoluindo dentro do ciclo fenológico da cultura. As condições gerais apresentadas nas últimas semanas foram benéficas e o aspecto fitossanitário da maioria das plantas é considerado bom. Já na segunda safra, à medida que a colheita da soja vai avançando, o plantio do milho vai ocorrendo em sucessão, apresentando um bom ritmo de operação. No geral, está mais adiantado que em 2020/21 e com bom desenvolvimento inicial das lavouras. Matopiba O mapa de anomalia do Índice de Vegetação (IV) disposto abaixo mostra que em relação à média dos últimos cinco anos e os histogramas dos estados que integram o Matopiba estão refletindo a fase de desenvolvimento predominante do milho primeira safra e da soja, além da boa condição de desenvolvimento das lavouras. Os histogramas mostram uma predominância de áreas com altos valores do IV, em função da maior parte das lavouras encontrar-se em enchimento de grãos e em boas condições.Embora no mapa se observem anomalias negativas do Índice, elas se devem ao momento mais adiantado das lavouras na safra atual, beneficiadas pelas condições climáticas desde a semeadura, que ocorreu mais cedo. Estima-se que nesta safra haja atualmente mais áreas em maturação, enquanto nas safras anteriores essas mesmas áreas se encontravam em plena frutificação, cujo IV é mais alto. Os gráficos de evolução mostram a condição das lavouras desde a emergência. Eles indicam que a semeadura na safra atual ocorreu mais cedo nas quatro regiões monitoradas, ao se observar o crescimento do IV mais acelerado em outubro e novembro, quando comparado à safra anterior e à média dos últimos 5 anos. Desde o início do desenvolvimento das lavouras, a média ponderada do Índice da safra atual na região do Matopiba manteve-se acima da safra anterior e da média, devido à boa condição das lavouras. A partir de janeiro e fevereiro, o IV da safra atual desacelerou ou decresceu, em função do início da maturação do milho primeira safra e da soja Houve períodos, durante o ciclo, em que o IV da safra atual oscilou. Isso ocorreu devido ao excesso de chuvas e cobertura de nuvens, que também interferiram na obtenção dos dados espectrais. O Índice da safra atual encontra-se próximo ou abaixo da média e da safra passada em todas as regiões monitoradas. -Imagem (1.2410462)