O Bank of America (BofA) projeta crescimento econômico de 1,2% em 2019 e de 2,2% em 2020 para a economia do Brasil. Os números constam de relatório que acompanha teleconferência semestral do banco americano sobre o quadro global.

O documento aponta o Brasil num contexto de desaceleração pelo mundo, sobretudo por causa das tensões comerciais entre Estados Unidos e China, mas não entra em detalhes sobre o cenário para o País.

O Bank of America (BofA) projeta crescimento global de 3,3% em 2019 e também de 3,3% em 2020, uma desaceleração após o avanço de 3,7% registrado no ano passado. Em teleconferência, o banco aponta para o peso das tensões comerciais para esse resultado, sobretudo aquelas entre Estados Unidos e China.

Os economistas do banco acreditam que a guerra comercial não deve terminar em breve, o que é a "grande notícia" sobre esse ponto. Além disso, destacam que ela pode começar a atingir outros países, como o Vietnã. A nação asiática tem sido usada como estratégia para escapar das tarifas americanas contra a China, mas os EUA podem em breve se voltar contra os produtos feitos em solo vietnamita.

O BofA destaca que o governo dos EUA tem sido "agressivo" em suas reclamações contra a política monetária relaxada do Banco Central Europeu (BCE) e também sobre o patamar do câmbio. Nesse quadro, o banco diz que não podem ser descartadas tarifas mais adiante contra produtos da Europa. Para o BofA, os EUA têm feito concessões modestas, em sua busca por acordos comerciais.

O Bank of America (BofA) afirma que não projeta recessão econômica nos Estados Unidos, no quadro atual. Em teleconferência, economistas do banco disseram que a guerra comercial é o principal fator a influenciar o cenário, mas também notam que o impacto dos estímulos fiscais no país perdem fôlego. O BofA projeta crescimento de 2,4% em 2019 e de 1,6% em 2020 na economia americana.

Os analistas do BofA dizem que há a preocupação sobre a possibilidade de a fraqueza na economia global se disseminar para os dados americanos. Para o banco, até agora o choque trazido pelas tarifas tem sido "pequeno", com prejuízos ao setor agropecuário, mas que por outro lado ele recebe subsídios, e também um "choque modesto" para o setor manufatureiro.

O Banco of America (BofA) acredita que, com o provável relaxamento da política monetária mais adiante nos Estados Unidos, o dólar tenderá a se desvalorizar. Os economistas do banco, contudo, não preveem um "grande movimento", sem citar projeções específicas para a moeda, durante teleconferência sobre o cenário atual no mundo.

O BofA diz que os mercados estão projetando cortes nos juros, o que provavelmente deve se materializar nos EUA. O movimento no câmbio, nesse caso, tende a ser uma boa notícia para os mercados emergentes. Por outro lado, o banco destaca que o Banco Central Europeu (BCE) teme uma valorização do euro, o que pressionaria o BCE a realizar mais adiante algum tipo de relaxamento monetário.

O Bank of America (BofA) projeta crescimento de 6,1% em 2019 e de 6,0% em 2020 da economia chinesa, desacelerando do avanço de 6,6% registrado em 2018. Em teleconferência sobre o estado da economia global, o banco americano ressalta a influência das tensões comerciais para o quadro.

Especificamente sobre a China, o BofA adverte que uma eventual alta nas tarifas dos EUA poderia prejudicar de modo "mais significativo" a potência asiática. Por outro lado, ressalta como fator positivo para o cenário o relaxamento em andamento na China.