No pior resultado para o período desde 2010, a arrecadação do governo federal com impostos e contribuições somou R$ 109,94 bilhões em julho, um recuo real, quando já é descontada a inflação, de 0,34% na comparação com o mesmo mês de 2016. Em relação a junho de 2017, contudo, houve aumento real de 5,37%.
O valor arrecadado foi o pior desempenho para meses de junho desde 2010, quando as receitas somaram R$ 108,38 bilhões. De acordo com os dados da Receita Federal divulgados, os bancos recolheram menos impostos em julho, o que contribuiu para derrubar a arrecadação de tributos federais. 

O comportamento atípico no pagamento de tributos pelos bancos nos últimos meses tem chamado a atenção do Fisco, que está investigando as causas da redução dos valores recolhidos. Para o chefe de estudos tributários e aduaneiros da Receita, Claudemir Malaquias, esse foi o fator determinante para o fraco desempenho da arrecadação de julho.

O recolhimento do Imposto de Renda de Pessoas Jurídicas (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) do sistema financeiro caiu 18,6% em relação a julho do ano passado, para R$ 18,110 bilhões. “Houve uma perda de R$ 4,139 bilhões nessa comparação”, disse Malaquias. “Ainda estamos investigando a causa.”

Os bancos pagam esses tributos com base em estimativas para os seus resultados futuros. Por isso, as instituições podem ter antecipado o pagamento de tributos ou estão agora adequando seus recolhimentos a perspectivas menores de lucro. “Só saberemos o resultado real do setor após as instituições realizarem seus ajustes”, afirmou Malaquias. Segundo ele, esse também pode ser um efeito do aumento de provisões para devedores duvidosos e da maior inadimplência.

Outro fator que pode ter pesado para a queda das receitas em julho foi a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de excluir o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) da base de cálculo do PIS/Cofins. 

Temer exalta privatizações

O presidente Michel Temer divulgou nesta sexta-feira (25) em suas redes sociais, um vídeo de pouco mais de dois minutos (veja abaixo) no qual destaca as medidas econômicas anunciadas nesta semana, entre elas, o pacote de 57 privatizações, e reforça que o objetivo principal do governo é a geração de empregos.

“Escolhemos 57 projetos que vão tornar o Brasil mais moderno e nos ajudarão a eliminar de vez a crise que tanto nos prejudicou nos últimos anos. Com essa medida, convenhamos, corajosa, o nosso grande objetivo não é cobrir o déficit fiscal, mas criar empregos, gerar renda e oferecer um serviço de melhor qualidade a população”, diz.

Temer disse ainda que a redução da idade mínima para ter direto ao PIS/Pasep faz com que o Brasil fique “mais justo”. 

Veja vídeo: