Atualizada Às 08:20 de 3/11

Gaúcho de Santa Maria (RS) e apreciador de um bom churrasco, o aposentado Antônio dos Santos Silveira, 72 anos, se sentiu lesado ao comprar duas peças de picanha numa grande rede de supermercado em Palmas. Ao consumir o produto percebeu que não se tratava de uma carne nobre, macia e suculenta; mas sim de uma carne mais próxima a um coxão duro.

Esta curiosa história começou em 14 de novembro de 2018, quando Silveira comprou duas peças de carne identificadas como sendo do tipo picanha, totalizando 2,554 quilos. Ao realizar um churrasco em família, o aposentado desembalou uma das peças, assou e ao degustar, logo viu que não era picanha. “Nesse momento, deduzi que a outra peça também não deveria ser, guardei, e no outro dia fui atrás dos meus direitos de consumidor”, disse o aposentado, que procurou a Delegacia Especializada na Repressão aos Crimes Contra o Consumidor e a Economia Popular (DERCCON) que solicitou uma perícia na peça levado por ele.

“A perícia foi feita e comprovou que não se tratava de picanha de fato. Era qualquer outro tipo de carne, menos picanha. Aí fui no supermercado com o laudo em mãos e o gerente não deu muita importância. Foi aí que resolvi entrar no Juizado de Pequenas Causas”, contou Silveira.

Na audiência de conciliação realizada nesta semana não houve acordo. “Minha advogada até recebeu um email  da rede de supermercados propondo um acordo de R$ 800,00, mas o advogado da empresa disse que desconhecia tal proposta e não houve acordo. Agora, a Justiça é que vai decidir quem está com a razão”, explicou.

A defesa do aposentado pede R$ 5 mil por danos morais e mais o ressarcimento do valor pago pela carne. “Independente do valor, para mim seria mais interessante que a empresa fosse condenada por fraude, por lesar o consumidor e demonstrar descaso. Eu fico indignado quando alguém tenta me enganar”, conclui Silveira que considera um consumidor consciente, sempre atento aos rótulos, preços expostos e cobrados.

Em nota, o Grupo Pão de Açúcar informou que o produto citado é recebido pela loja embalado pelo fornecedor, e por isso, não há manipulação por parte dos colaboradores. Sobre a ação movida pelo cliente, a rede de supermercados disse que não comenta casos sub judice.