O pedido do Ministério da Economia de reforço dos militares da reserva para a força-tarefa do INSS encontra alguma resistência entre integrantes do alto-comando das Forças Armadas ouvidos pelo Estado. Um dos oficiais, que pediu para não ser identificado, sugeriu que o governo poderia aproveitar pessoal de estatais que estão sendo privatizadas ou em processo de venda para fazer o trabalho para o INSS. 

Mesmo com críticas, o fato de ser pessoal da reserva e de ser opcional é classificado como fundamental para amenizar as resistências. O secretário-geral do Ministério da Defesa, almirante Almir Garnier Santos, responsável pelo tema na pasta, “não vê problema na execução da medida” e lembrou que “tudo foi combinado” com o Ministério da Economia. “É possível. É legal e é vantajoso da ótica fiscal e previdenciária para o governo”, disse. Mas ele fez questão de ressaltar que o tema ainda não foi detalhado na Defesa e nenhuma reunião ainda foi realizada.

Ao falar do processo de preparação e seleção dos voluntários que será instalado pela Defesa para escolha dos militares da reserva que vão ajudar o INSS, o almirante Garnier sinalizou que o ministério precisa cumprir “procedimentos”, que levariam “coisa para alguns meses”. A equipe econômica, porém, tem pressa para enfrentar a fila de 1,3 milhão de pedidos represados. “Não tenho como precisar o tempo. Mas não é coisa para um mês ou dois.” 

“Eles precisam resolver o problema (da fila) e nós, para atendê-los, precisamos buscar um processo da maneira mais profissional possível, para que não haja problemas nem agora, nem depois, nem para nós, nem para eles e isso leva tempo”, disse o militar.

“É o Posto Ipiranga”, comentou outro militar que criticou mais uma situação em que as Forças Armadas são recrutadas para resolver problemas, o que pode ser alvo de críticas.