O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, avalia que ainda é cedo para falar em retomada da economia brasileira.

"É prematuro dizer que já começou a recuperação. Vivemos uma recessão muito grave", afirmou nesta sexta-feira (30). "As causas estão sendo enfrentadas, muitos setores começam a dar sinais de estabilização, o que mostra que estamos no caminho certo", completou.

Para ele, os congressistas não farão modificações na PEC dos gastos a ponto de desidratá-la. A medida, que imporá trava às despesas públicas, é a principal aposta do governo para controlar as contas públicas.

"Estamos em conversas com o relator. Teremos uma última reunião na segunda-feira de manhã. Estamos bastante avançados e de acordo em relação aos pontos básicos, que são limitação das despesas do ano anterior, prazo longo suficiente para que a contenção de despesas de fato funcione e o piso mínimo para saúde e educação", afirmou o ministro, após participar de evento promovido pela revista Exame.

FALÊNCIA

No mesmo evento, falando a uma plateia de empresários e convidados, o presidente Michel Temer foi aplaudido quando disse que não temia ser tachado de impopular ao dizer "todas as verdades" sobre as medidas duras de um ajuste fiscal.

Temer mostrou-se incomodado com as críticas ao projeto que fixa um limite para a expansão dos gastos públicos.

Segundo ele, sem reforma fiscal, a recessão se aprofunda, a dívida bruta do governo chegará a 100% do PIB em 2024, o que levaria o país à falência e geraria uma espiral inflacionária.

O Brasil, afirmou ele, precisa de uma "vacina contra o populismo fiscal" e "reequilibrar as contas".