Uma área de cerca de 500 hectares que sofreu desmatamento nos últimos dois meses em Rio Sono, conforme um levantamento da plataforma MapBiomas, com base em fotos de satélite fornecidas pela empresa Planet. O apontamento no avanço na região ocorreu com a publicação da matéria "Tocantins perde 500 hectares de área preservada em quase dois meses" na Revista Veja. Conforme apontado pela plataforma, a cidade de Rio Sono registrou um dos maiores alertas consolidados pela MapBiomas neste ano, e o desmatamento aconteceu entre 29 de janeiro e 21 de março. “Historicamente, a região apresentava pouco desmatamento, mas parece estar despontando como uma nova fronteira”, afirmou a diretora de ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), Ane Alencar em entrevista a Veja.O Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) informou, em nota, que a área mencionada teve licenças de exploração emitidas ainda em 2018 e está dentro do prazo de regularidade, com vigência de dois anos.CasoNa sexta-feira, 16, data de publicação da matéria, a Veja informou que a atividade na região teria sido realizada por agricultores para o plantio da cultura da soja devido às leiras de limpezas que aparecem nas imagens de satélite, que são comuns nesse tipo de preparo da terra para plantações da cultura.Conforme levantado pela revista, Rio Sono teve aumento na procura de terras para plantar soja, com foco voltado para exportação, principalmente, devido os preços baixos na região, que são entre R$ 15.000 a R$ 18.000 por alqueire, que equivale a 4,84 hectares.A Veja ainda disse que o Naturatins não comentou o caso específico das terras desmatadas e enviou uma nota dizendo que as “autorizações para a conversão do uso do solo para áreas no município de Rio Sono foram emitidas seguindo a legislação ambiental vigente no país”.NaturatinsO Jornal do Tocantins também entrou em contato com o Naturatins questionando se o órgão tinha conhecimento do desmatamento e se o local estava sendo fiscalizado. Em nota, o Instituto reforçou que as autorizações seguem as leis vigentes e que, somente com a divulgação de um mapa na reportagem da Veja, foi possível identificar a área citada.Conforme a nota, o Naturatins “solicitou ao repórter Eduardo Ghirotto da revista, as coordenadas geográficas para realizar a pesquisa, a qual não foi fornecida pelo repórter”. Posteriormente, o órgão realizou uma averiguação na área mencionada e identificou que o local “obteve Autorizações de Exploração Florestal (AEF), emitidas nos meses de março e abril de 2018, somando 575,91 hectares, no município de Rio Sono - TO. Portanto, a supressão vegetal ocorreu na vigência das referidas licenças, que é de dois anos”.