O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta segunda-feira (21) que as mortes causadas pela covid-19 são um “retrato da desigualdade socioeconômica” do país. Deu a declaração quando questionado sobre a marca de 500 mil mortes causadas pelo coronavírus no Brasil.“É muito triste você perder essa quantidade de vida [500 mil pessoas], é uma doença difícil e é o retrato da desigualdade socioeconômica que nós vivemos. Tem gente que tem tratamento melhor, tem gente que não tem, tem gente não consegue chegar no hospital, então, [é uma] consequência dessa situação que a gente vive e que nós temos que corrigir“, declarou Mourão em entrevistas a jornalistas na chegada à vice-presidência nesta manhã.O presidente Jair Bolsonaro ainda não se manifestou sobre as 500 mil mortes causadas pela covid-19 e apenas 3 ministros se pronunciaram sobre o assunto. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, prestou solidariedade às famílias que perderam entes e afirmou trabalhar “incansavelmente” para acelerar o ritmo de vacinação no país.Mourão negou que tenha ocorrido um atraso no início da imunização no Brasil e afirmou que, se for mantido o ritmo de vacinação atual, em 2 ou 3 meses o país deve estar em uma “situação melhor“.“O pessoal calcula aí ‘ah, poderiam ter sido salvas 15 mil vidas, 16 [mil]’, tem cálculos aí que vem sendo feitos, mas a nossa vacinação está de acordo com o restante do mundo exceção feita Estados Unidos e países pequenos, como Israel e Chile“, disse.Com pouco mais de 11% da população imunizada com as duas doses da vacina, o Brasil, no entanto, avança em ritmo mais lento na imunização.“Ter que vacinar 10 mil pessoas é uma coisa, ter que vacinar 200 milhões é outra, então essa comparação [de percentual de vacinados] que é feita, é uma comparação que eu acho que não é correta (…) Não tem vacina para comprar e para entregar a tempo e a hora, essa é a realidade que tem que ser encarada”, disse.O vice-presidente comentou ainda sobre as manifestações contra o governo ocorridas em todos os Estados e no Distrito Federal no sábado (19.jun). “Existe gente que não gosta do nosso governo, que é contra , a oposição, isso faz parte de qualquer sistema democrático. Agora, é uma aglomeração, então é um risco que essas pessoas se submeteram”, disse.GLOSegundo Mourão, as atividades das Forças Armadas no combate ao desmatamento na Amazônia devem retornar na próxima segunda-feira (28). Apesar de autorizada pelo presidente Jair Bolsonaro, a prorrogação da GLO (Garantia da Lei e da Ordem) na região ainda não foi publicada. Mourão afirmou que o decreto ainda precisa ser assinado por ministros das pastas ligadas à operação.