-Imagem (1.1002105)Aos 67 anos, o produtor rural Salomão de Oliveira, tem experiência de sobra para entender a importância de vacinar o rebanho contra a febre aftosa. “É melhor dispor de R$ 1,75 por cabeça de gado e garantir a saúde do rebanho do que perder financeiramente duas vezes”, afirma, ao lembrar que o valor da multa ser muito superior ao que gastaria com a vacina.“Sou produtor há 23 anos e sempre vacinei meu rebanho. Me programo com antecedência para isso”, afirma. Mas Oliveira sabe que a missão não acaba na vacinação. Ontem ele esteve na unidade de Palmas da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Tocantins (Adapec-TO) para notificar a imunização. “Estou notificando 20 doses no gado que tem abaixo de dois anos de idade”, explica, ao exibir orgulhoso a documentação em dia nas mãos.Faltam dois dias para o encerramento do prazo que os produtores rurais têm para notificar a Adapec sobre a vacinação do rebanho contra a febre aftosa, na segunda fase da campanha, quando bovinos e bubalinos com até 24 meses de idade teriam que ser imunizados até 30 de novembro.Até ontem, 95% dos pecuaristas já haviam regularizado a situação dos animais. Embora a porcentagem atingida já seja 10% superior ao mínimo exigido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a Adapec afirma que o objetivo é obter 100% de adesão no Estado.De acordo com o responsável técnico pelo Programa Estadual de Erradicação da Febre Aftosa, José Veloso, apesar de compulsória, a adesão dos produtores se dá pela importância que a vacinação tem, uma vez que a doença faz com que haja perda no preço da arroba do gado.Veloso explica que há um motivo para isso. Compradores sempre querem saber se os animais estão livres da febre aftosa para não correr riscos de levar a doença para uma região que está livre. “A União Europeia, por exemplo, já está livre do risco da febre aftosa, que é um vírus que se espalha com muita facilidade.”Ainda segundo Veloso, desde 1997 não há registro da doença no Estado. Isso fez com o que o Tocantins fosse reconhecido no mercado internacional. “O último caso da doença no Estado foi em Divinópolis. Em 2001 recebemos este reconhecimento e, desde então, temos a arroba do gado cada vez mais valorizada”, comenta.Hoje, a arroba do boi é comercializada bem acima de R$ 100,00. “Isso gera renda para o produtor e também para o Estado”, destaca o técnico, ao pontuar que a agricultura e a pecuária são os pontos fortes da economia tocantinense.Para o presidente do Sindicato Rural de Palmas e Região, Antônio Jorge, há ainda outro fator que merece a atenção dos produtores. É que, de acordo com ele, no Brasil, os animais que são atingidos pela doença são executados. “Devido ao resultado negativo que isso pode gerar nas exportações, o gado é sacrificado. Então é melhor que os pecuaristas se atentem à importância desta prevenção”, recomenda.MultaAlém de colocar em risco o ganho mensal, o pecuarista que não imuniza o rebanho pode ser multado. “Quem não vacina tem que pagar R$ 5,32 por cabeça de gado e quem não comprova o ato deve pagar R$ 127,69 pela propriedade”, lembra Veloso.-Imagem (1.1002106)