O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) anunciou que irá suspender a vacinação contra a febre aftosa em seis estados e no Distrito Federal. A medida ocorrerá após a última etapa de vacinação prevista para novembro. As unidades da Federação integram o Bloco IV do Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PE-PNEFA) que inclui o Tocantins, além do Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Distrito Federal.Ao todo, aproximadamente 113 milhões de bovinos e bubalinos deixarão de ser vacinados, o que corresponde a quase 50% do rebanho total do país. O anúncio feito pelo ministro Marcos Montes e pelo secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, José Guilherme Leal, aconteceu durante a abertura da 87ª edição da ExpoZebu, em Uberaba (MG). De acordo com o Ministério, a suspensão faz parte do projeto de ampliação de zonas livres de febre aftosa sem vacinação no país. Para realizar a transição de status sanitário, os estados e o Distrito Federal atenderam aos critérios definidos no Plano Estratégico, que está alinhado com as diretrizes do Código Terrestre da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE). "Esses estados vão terminar a vacinação em novembro, quando irão parar de vacinar, se preparando para mudar o status para livres de febre aftosa sem vacinação", explicou o secretário José Guilherme Leal. A meta é que o Brasil se torne totalmente livre de febre aftosa sem vacinação até 2026.Neste momento, não haverá restrição na movimentação de animais e de produtos entre os estados do Bloco IV, que terão a vacinação suspensa em 2022, e os demais estados que ainda vacinam no país. Isso porque o pleito brasileiro para o reconhecimento internacional das unidades da Federação como zonas livres da doença sem vacinação não será encaminhado para a OIE no próximo ano. “Isso será possível porque o pleito não será apresentado à Organização Mundial da Saúde Animal no próximo ano, dando tempo para que os demais estados executem as ações necessárias para a suspensão da vacinação e, assim, possamos apresentar o pleito de forma conjunta à OIE”, explica o diretor do Departamento de Saúde Animal, Geraldo Moraes.Para o reconhecimento como zonas livres de febre aftosa sem vacinação, a OIE exige a suspensão da vacinação contra a febre aftosa e a proibição de ingresso de animais vacinados nos estados e regiões propostas por, pelo menos, 12 meses. Atualmente, no Brasil, somente os estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e partes do Amazonas e do Mato Grosso têm a certificação internacional de zona livre de febre aftosa sem vacinação.Novas estratégias no Tocantins Começou neste domingo, 1º, o período da primeira etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa no Tocantins. Neste ano, os produtores rurais devem ficar atentos às novas estratégias de imunização, que inverteram a idade do rebanho que receberá a dose, conforme a Agência de Defesa Agropecuária (Adapec). Apenas os bovinos e bubalinos com até 24 meses estarão envolvidos, uma média de 5 milhões de animais, sendo que ao todo, Tocantins conta mais de 10 milhões de cabeças, incluindo todas as faixas etárias. Os animais das demais faixas serão vacinados na segunda etapa.Segundo a Adapec, a comprovação da vacinação também é obrigatória e deverá ser realizada até 10 dias após a compra do imunizante em um dos escritórios da Agência. Os produtores rurais que não tenham animais em idade vacinal também deverão declarar os rebanhos para atualização cadastral. A multa para quem deixar de vacinar é de R$ 5,32 por animal e R$ 127,69 por propriedade não declarada, além disso a emissão da Guia de Trânsito Animal está condicionada à vacinação e declaração.