O controle da inflação e um maior crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) serão desafios importantes para o país em 2022, afirmaram os presidentes dos seis maiores bancos do país nesta terça-feira (22), no congresso de tecnologia bancária CIAB, promovido pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos).Segundo os executivos (de Banco do Brasil, Bradesco, BTG Pactual, Caixa Econômica Federal, Itaú Unibanco e Santander), apesar de o país já começar a apresentar um cenário melhor do que o observado em 2020, com um forte crescimento do PIB para este ano, aspectos como o controle da inflação, a disciplina fiscal, o andamento das reformas estruturais e a aceleração das privatizações são essenciais para que o país continue crescendo."O Banco Central precisará de todos os instrumentos de política monetária para segurar a inflação porque ela vai corroer os salários dos mais pobres. Além disso, também precisamos manter a disciplina fiscal e é muito importante que o governo brasileiro consiga fazer privatizações, como a da Eletrobras, por exemplo, que está no caminho. Mas precisamos acelerar esse processo porque é isso que traz capital estrangeiro", afirmou o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari.O último relatório Focus divulgado pelo Banco Central apontou que as projeções de crescimento do PIB estão em 5% para este ano, mas recuam para 2,10% em 2022.Para o presidente do Itaú, Milton Maluhy Filho, os bancos têm papel relevante para ajudar o país a entrar com uma agenda forte oportunidades, investimentos e crescimento para fazer com que a economia avance."Na expectativa para 2022 já temos um crescimento mais tímido, mas o que fica de lição é a disciplina [fiscal]. Devemos de fato focar em 2021 como o ano das reformas e a prioridade máxima precisa ser a vacinação. Crescimento sustentável de longo prazo tem que ser o nosso foco", disse Maluhy.Os executivos também afirmaram a necessidade da continuidade da ajuda ao agronegócio e às exportações no país."O agronegócio puxou o PIB no primeiro trimestre e é um setor que vai continuar contribuindo fortemente para manter a economia aquecida. Acontece o mesmo com as exportações", disse Fausto Ribeiro, presidente do Banco do Brasil.O foco no crédito também foi destacado pelos executivos ao longo do evento."Precisamos avaliar de forma inteligente quais as companhias mais aptas a pegar crédito. Ninguém aqui quer perder recursos, mas o crédito precisa chegar [a quem precisa]", completou Ribeiro."Precisamos entender como ajudar o microempreendedor. Nós temos um trabalho importante com o dono de restaurante e da pequena loja. Apesar de toda a atuação que foi feita e de todos os programas lançados, muitos desapareceram e agora precisam de ajuda para recomeçar", afirmou o presidente do Santander, Sergio Rial."Esses ingredientes são o alicerce que darão a sustentação necessária para que consigamos atravessar esse viaduto que é 2021 e entrar fortes em 2022", disse Lazari, do Bradesco.