Em uma mudança de planos, o ministro Paulo Guedes (Economia) decidiu que irá trabalhar para fazer quatro grandes privatizações ainda em 2020. A decisão foi tomada na última reunião do Conselho do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos), em 10 de junho. A informação foi publicada pelo jornal O Globo nesta quarta-feira (17).Em 22 de abril, o secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados, Salim Mattar, anunciou que o governo havia adiado a programação de privatizações prevista pra 2020 de outubro de 2020 para o 2º trimestre de 2021, por causa da crise econômica ocasionada pela pandemia da Covid-19.Liderando o PPI, a intenção de Paulo Guedes agora é de privatizar a Eletrobras, os Correios, o Porto de Santos e a PPSA (Pré-Sal Petróleo S.A.), além de abrir o capital da Caixa Seguridade por meio de uma oferta pública de ações.O ministro quer fazer caixa e entende que agora é necessário aumentar investimentos privados para ajudar na retomada da economia.Parte inferior do formulárioA mudança de Guedes teria sido motivada por cobranças do presidente Jair Bolsonaro, que teria pedido mais agilidade para as privatizações. Em um ano e meio de governo, elas não engataram no ritmo esperado e foram concentradas em subsidiárias das estatais, além de concessões de serviços, como aeroportos e estradas.A principal novidade das empresas listadas por Guedes é a PPSA. A empresa é a parte da União nos contratos do pré-sal que operam sob regime de partilha. Sob este regime, parte da produção dos campos fica com o governo federal, em percentual definido no leilão.O governo, na prática, entra como sócio do empreendimento. A PPSA foi criada em 2010 e é também responsável pela comercialização do óleo e do gás que ficam com o governo e pela gestão dos contratos de partilha.A privatização dos Correios está no plano do governo desde o ano passado, mas depende ainda a aprovação do Congresso, principalmente porque a Constituição determina o monopólio estatal do serviço postal.A privatização do Porto de Santos está sendo tocada pelo Ministério da Infraestrutura, que já contratou o BNDES para estudar a modelagem.Uma grande privatização estimada pelo governo é a da Eletrobras. A decisão de vender a maior empresa de energia da América Latina foi tomada em 2017, ainda no governo Michel Temer. O governo Bolsonaro mandou uma proposta própria ao Congresso no fim do ano passado. Mas, até agora, o projeto não avançou.O Ministério da Economia chegou a estimar uma arrecadação de R$ 16,2 bilhões com a privatização da Eletrobras este ano. Porém, tirou essa previsão do Orçamento. Há forte resistência das bancadas de Minas Gerais e do Nordeste, na Câmara, e do MDB, no Senado.