Uma das consequências coletivas da reforma trabalhista, aprovada no final do ano passado, começa a ser sentida agora pelas entidades classistas. É que a partir deste ano, o imposto sindical deixou de ser obrigatório e passou a depender da boa vontade de sindicalizados, tanto patronais quanto laborais.O maior impacto deve ser sentido pelas entidades que possuem menor número de associados e que dependiam da contribuição sindical para manter suas atividades, segundo avaliação do presidente da Central Única dos Trabalhadores no Tocantins (CUT-TO) e presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Tocantins (Sintet), José Roque Rodrigues Santiago.“Quanto menor o número de sindicalizados, maior será o impacto financeiro sofrido pelos sindicatos com o fim da contribuição compulsória. A escassez desses recursos afeta de forma negativa a representatividade”, considerou Roque.Para o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos no Estado do Tocantins (Sisep-TO) a não obrigatoriedade do recolhimento do imposto sindical deve influenciar diretamente no formato de trabalho das entidades. “Nós já defendíamos a não obrigatoriedade, mas não da forma que foi feita, porque inviabiliza os pequenos. O que vai acontecer é que as ações serão voltadas mais aos sindicalizados e menos à categoria”, ponderou.O presidente da Federação do Comércio do Tocantins (Fecomércio-TO), Itelvino Pisoni, considerou que o que findou foi a obrigatoriedade e não a contribuição. Ele disse que a Federação consegue se manter independente da contribuição compulsória, porque tem outras fontes de receitas. “Mas é necessário que cada empresário tenha noção de sua responsabilidade, pois para manter a entidade forte e representativa é necessária a participação de cada um”, ponderou Pisoni, acrescentando que a Fecomércio-TO ampliou para 28 de fevereiro o prazo para recolher a contribuição.Já o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Tocantins (Fieto), Roberto Pires, explicou que a entidade ainda não mensurou o impacto financeiro da medida, uma vez que o prazo para o pagamento da contribuição sindical foi prorrogado para o final de fevereiro.“Mas, mesmo esperando uma baixa nesta arrecadação, nós entendemos que os sindicatos precisam se reinventar e continuar atuando com seriedade para manter a confiança e participação de seus representados, seja financeira ou de outra ordem”, avaliou Pires.Ele explicou que a Fieto faz um trabalho permanente de conscientização mantendo a proximidade e o diálogo com os sindicatos patronais para que a contribuição das empresas não seja vista como uma imposição e sim como forma de fortalecimento do associativismo e do trabalho dos sindicatos.SindicatosVeja o perfil das entidades com mais representatividade No Tocantins o perfil dos sindicatos pode ser definido como metade rural e metade urbano. As entidades com maior representatividade são o Sindicato dos Servidores Públicos do Estado do Tocantins (Sisep), com mais de 12 mil filiados e uma arrecadação mensal de cerca de R$ 193 mil e o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Tocantins (Sintet) com mais de 12 mil filiados, representação em todo o Estado e a arrecadação mensal flutuante entre R$ 150 mil e R$ 170 mil. O Sintet é vinculado à Central Única dos Trabalhadores (CUT).-Imagem (Image_1.1459250)-Imagem (Image_1.1459251)-Imagem (Image_1.1459252)