A poucos dias do Natal, a gerente de uma loja de bijuterias que importa produtos da China, Elaine da Silva, 44, se espanta com o quanto os produtos vieram mais baratos neste ano. "Os braceletes, por exemplo, mesmo com muita procura, estão por R$ 30, preço bem menor do que no ano passado. Vendíamos por R$ 80", lembra. As barganhas da loja onde ela trabalha, na região da rua 25 de Março, em São Paulo, refletem o forte crescimento das importações de produtos chineses de baixo valor neste ano, em um movimento impulsionado pelas tarifas impostas por Donald Trump ao gigante asiático. O encarecimento do envio dos produtos aos Estados Unidos fez a China desviar parte do seu comércio para mercados consumidores de grande porte, como o Brasil. Um exemplo é o fato de compradores brasileiros terem importado 26,6% a mais em quilos de bijuterias como as vendidas por Elaine no acumulado do ano até novembro, segundo dados do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio).