Uma arena lotada se despediu ontem da primeira edição dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas (JMPI), que movimentou a Capital nas últimas semanas. Apesar dos contratempos registrados durante a competição, o clima foi de festa e o sentimento de união entre os povos reinou em todos os ambientes da vila. 
Durante nove dias, os Jogos promoveram um intercâmbio entre indígenas de aproximadamente 24 países. Jornalistas, turistas e visitantes de todo o mundo também estiveram em Palmas para conferir a programação, que contou com competições, mostras culturais, espaço para debates e feiras de agricultura e artesanato tradicionais.
Do Tocantins, Kuriwe é Karajá Xambioá se encantou com os Jogos. Para o indígena, o evento foi muito além da competição. “Conheci povos de vários países e foi uma sensação maior”, afirmou.
Wilfredo Antônio Quechua, do Peru, também apontou o intercâmbio cultural como a grande experiência dos Jogos. “É muito importante esse contato entre os povos. Vou levar daqui grandes amigos”, garantiu.


Negócios
De Mato Grosso, Terezinha Togogebado ficou feliz em comercializar 60% do artesanato que levou para exposição e surpreendeu-se com o interesse das pessoas pela cultura dela. “Ficaram muito curiosas, querendo saber o que a gente faz, como vive”, contou.
A engenheira civil Mara Deise foi uma das visitantes da vila que aproveitou os jogos para conhecer mais da cultura indígena. “Gosto deste contato e fiz questão de mostrar para a minha filha um pouco desta história”, afirmou. 

Jogos
O último dia do evento foi marcado pelas finais das modalidades tradicionais, como arco e flecha, arremesso de lança, corrida com tora e cabo de força. De olho no alvo, o tocantinense Luis Pereira, da etnia Karajá Xambioá, levou a melhor no arco e flecha. Até o fechamento desta edição, os demais vencedores ainda não haviam sido definidos.

(Paula Bitencourt)