Com público recorde, cerca de nove mil torcedores, segundo a Polícia Militar (PM), o Estádio Nilton Santos, em Palmas, recebeu ontem as partidas finais do futebol feminino e masculino do I Jogos Mundiais dos Povos Indígenas (JMPI). Com representantes brasileiros na final, o povo da etnia Xerente de Tocantínia, a torcida fez a festa, com direito a olás, para empurrar, principalmente, o time feminino que enfrentou as canadenses. O Canadá acabou levando a melhor ao vencer a equipe Xerente pelo placar de 3 a 1 nos pênaltis, após empate por 0 x 0 no tempo normal. 
As canadenses mantiveram o domínio da partida e teve boas chances de marcar, mas não se traduziram em gol. Os Xerente se mantiveram esperando um contra-ataque e jogando por uma bola. As indígenas da região Norte do Tocantins jogaram com muita garra, tendo ao seu lado o fato de jogar em seu país, e aproveitando o apoio da torcida que marcou presença em peso no Nilton Santos. No entanto, prevaleceu mesmo a superioridade da equipe canadense. As duas equipes fizeram os dois turnos da partida sem marcar e a disputa teve que ser decidida na base dos pênaltis. Nas cobranças as Xerentes marcaram 1 e as canadenses, 3. 
Vanessa Smibidi, goleira da equipe do Tocantins, foi destaque na partida com boas defesas. “Importante é celebrar. Estamos felizes por ter chegado até a final, mas jogo é assim mesmo. Eu não uso luvas nas partidas, é tudo de mão vazia. Acho que atrapalhou um pouco. O que me deixou mais feliz foi ver todos os índios aqui para torcer pela gente e também o homem branco. Jogo é difícil mais chegamos até a final”.
O técnico Silvano Xerente se disse satisfeito. “Um tem que ganhar na partida, então, disse a elas que o mais importante é participar. Conseguir segurar as canadenses já me deixou muito feliz, e no fim nós ficamos como vice-campeões”, declarou. 
O técnico da equipe canadense Deni Kon era só entusiasmo, e não só com o resultado. “Nós sentimos muito honrado só pelo simples fatos de estar participando de uma festa grandiosa como esta. Confraternizando com povos de todo mundo, vendo pessoas de todos os lugares reunidas. É um grande privilégio e sair vitorioso desta disputa é algo espetacular para nós.” A final masculina entre Xerente x Bolívia não havia terminado até o fechamento desta edição. (Débora Ciany)