Adereços de ornamentação e enfeite pessoal. Cocares de todas as cores e formas desfilaram pela Vila Indígena durante os nove dias de evento. Alguns com uma pena só, solitária do lado de trás da cabeça, outros deslumbrantes, repletos de penas coloridas retiradas de várias matas. Mas em cada etnia, esse item indígena não é apenas um adereço, mas um símbolo. 


Ciro Chonik, da etnia Charruas, do Uruguai, tem um cocar médio feito com penas de ema. “Usamos para identificar o cacique da aldeia”, afirmou. Além disso, o adereço é usado em rituais da etnia, festas e cerimônias religiosas. 
As tribos brasileiras não têm distinção de quem pode ou não usar o cocar. Crianças, jovens e adultos usam o adereço em festas rituais, cerimônias e em ocasiões especiais da tribo. Anderson Iuri Kaioli, da etnia Manoki, tem um cocar feito com penas de arara azul que saem da cabeça em direção aos pés. “São confeccionados por nós. Geralmente comemos os animais e pegamos as penas para fazer os cocares”, disse. 


O cocar de Chawã Pataxó é mais discreto, ficando apenas na cabeça. Feito com penas de pato e uma pena solitária de arara azul, o índio exibe orgulho o trabalho de sua tribo. “A pena de arara é uma troca que fazemos com os parentes (índios de outras tribos).” Já Akazuy Tabajara, da etnia Tabajara, tem um grande cocar feito com penas de águia e papagaio, além de um chocalho revestido com pele de raposa. “Usamos como adereço para embelezar e ele é feito por nós mesmos.” (Alessandra Sousa)