Farinha, coco, tapioca, castanha e paçoca de mandioca. Alimentos de consumo típico dos indígenas brasileiros, os produtos estão sendo comercializados na Feira Nacional da Agricultura Tradicional Indígena, realizada durante os Jogos Mundiais dos Povos Indígenas (JMPI), em Palmas. Ao todo, 14 etnias brasileiras expõem as suas riquezas culturais por meio da gastronomia.
Do Amazonas, Ookara Cori paco comercializa tapioca, paçoca e farinha à base de mandioca. A matéria prima produzida na aldeia Areal é transformada em subprodutos pela associação de artesãos indígenas da comunidade localizada no extremo Norte do Brasil, no município de São Gabriel da Cachoeira. Segundo o agricultor, o produto mais consumido pela etnia é a farinha, base da alimentação dos Coripaco. “Fazemos mingau, xibé, que é uma mistura de farinha e água, além de comermos também com caça e pesca”, conta, explicando como é o processo de produção. “Após colher a mandioca, deixamos na água para amolecer, misturamos com uma outra mandioca que não é mole, passamos no tipiti para espremer e depois torra”, diz.
Já na barraca dos Tupinambá de Olivença, de Ilhéus/BA, a grande atração são os doces produzidos pela etnia. Além das cocadas, que recebem variações de misturas, como banana, abacaxi e maracujá, os chocolates produzidos no Nordeste prometem ser mais saborosos do que os tradicionais. “Esse chocolate leva mais cacau e, por isso, tem mais sabor”, garante o expositor Aykauna Tubinamá de Olivença, ressaltando que toda a produção é feita pelos indígenas da aldeia onde mora. “E estamos fazendo sucesso, porque já acabou quase tudo”, afirma.
Seguindo pelo corredor da feira, é possível encontrar os mais variados produtos da agricultura indígena. Mel, biscoitos, goma de tapioca e a famosa castanha do Pará estão entre os mais procurados. Jaime Rikbaktsa trouxe para Palmas as castanhas produzidas pelo povo da terra indígena Rikbaktsa.
Cerca de duas mil pessoas fazem parte da associação da etnia Erikbaktsa e produzem 250 mil quilos do produto por mês. Ao vender as castanhas, ele ressalta os cuidados que o povo dele tem com a produção. “Tudo é embalado a vácuo e temos também um selo de qualidade”, garante.
Para conhecer estss e outros produtos da agricultura tradicional indígena, basta visitar a feira até amanhã, último dia dos JMPI, das 10 às 21 horas. (Paula Bittencourt)