“Se queres mudar o mundo, muda-te a ti mesmo” – Mahatma Gandhi

A sustentabilidade começa em cada um de nós. Veja que os pilares dos ODS – Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, propostos pela ONU são: Pessoas, Planeta, Prosperidade, Paz e Parcerias – eu costumo acrescentar por conta um 6º P – Propósito. Todas as causas e os temas que contam para o desenvolvimento das nações e o equilíbrio do planeta e da humanidade dependem de atitudes, hábitos, virtudes e valores individuais que devem ser construídos e praticados por nós, em nossos cotidiano e área de influência – como pessoas, cidadãos, profissionais e espécie humana. E a promoção desta construção e prática pessoal – por famílias, escolas, empresas, profissões, instituições e governos, é um tipo de agenda ESG prática e poderosa, que gera enormes resultados em escala local, nacional e global.

Gestão de si mesmo 

Nós devemos ser donos e artesãos de nós mesmos e do nosso destino. Construir e praticar autoconsciência, autoconhecimento, autorregulação, autocoaching. Fazer o que empresas e governos fazem – balanços anuais e parciais de nós mesmos, do desempenho e das estratégias perante os nossos propósitos e metas, em todas as dimensões da vida. Uma reflexão (que é a dignidade do pensamento) de como lidamos com o equilíbrio do trinômio querer-poder-dever e da predominância desejável do ser em relação ao ter. Isto entre tantos equilíbrios e questões que fazem parte de uma boa gestão de valores, virtudes, atitudes, vocações, forças e fraquezas; da construção de uma sabedoria possível. Como em uma expedição, é bom saber sempre aonde, como, com quem e porque estamos na trilha; aonde ela nos leva; e o que carregamos na mochila.   

Equilíbrio pessoal

A nossa base pessoal depende do equilíbrio e sinergia entre corpo, mente, emoções e espírito. Nosso templo precisa de práticas cotidianas de alimentação saudável, atividade física, sono reparador, desestresse, gerenciamento das emoções, práticas da espiritualidade, gestão do tempo e das prioridades,  entre outras ...

Trabalho e estudo

No país que cultiva a ilusória cultura do não trabalho, é preciso reaprender ou reafirmar que trabalho (físico, mental, profissional, moral, espiritual) é essencial – para sobreviver e viver, na crise e na bonança, para crescer e realizar, para ser ou ter. Trabalho é digno e prazeroso – tanto o interior quanto o exterior. A sua relação com o trabalho define uma grande parte do seu destino (e o da nação), bem como da sua felicidade – aonde você chega e o quanto você aproveita da trilha. Por isto a vocação é tão importante: é preciso fazer o que se gosta e gostar do que se faz. Já o estudo – formal e informal, escolar e pessoal, é o trabalho de crescimento pessoal – de gestão da informação, dos dados, do conhecimento, do aprendizado e da sabedoria para saber viver. Educação redentora!  

On/Off

A vida moderna e urbana carrega em si armadilhas – alçapões do céu para o inferno, todos construídos com ilusões e excessos. Consumismo, sedentarismo, individualismo, radicalismo, entre tantos. A escravidão digital se destaca, então temos de praticar seletividade e desligamento digital.   

Viajar

Mário Quintana bem disse que “viajar é trocar a roupa da alma”. Para tanto, não apenas viagens longas e caras, menos ainda chiques e ilusórias. Viajar de verdade, longe ou perto, mas vivendo novos e diferentes lugares, pessoas, olhares, culturas, naturezas, histórias e estórias. Viajar pelos quintais, ruas, bairros, cidades, mercados e into the wild. Viajar também pelos vastos universos dos livros, da música, das expressões culturais. De qualquer forma, viajar sempre dentro de si mesmo e abrindo-se para o total – do Brasil e do mundo.    

Natureza 

O contato com a natureza é um eixo de sustentação e crescimento pessoal multidimensional, pela força, beleza e poder que os seus distintos e fantásticos elementos contém, como um portal de ensinamentos e soluções de saúde, educação, economia e vida. Ela nos ensina e nos sensibiliza sobre tudo isto e mais a conexão e o pertencimento – nós como parte da Teia da Vida, não donos.

Interpessoal  - encontros e desencontros

O encontro é parte importante da vida, assim como a distância, enfim, as distintas relações com as pessoas, em todos os seus níveis, possibilidades e tempos. É preciso aprender a fazer o correto gerenciamento de influências, referências, ações e reações a terceiros, iguais e diferentes, nos infinitos escaninhos das personalidades e da alma humana.  

As distintas escalas da cidadania

Sustentabilidade exige cidadania, que demanda correto posicionamento: comunicação, contribuição, responsabilidade em seu duplo sentido – dever e habilidade para dar respostas. Junto à família, ao clã, à cidade, à nação, ao planeta. Exige compromisso pessoal, profissional, cultural, institucional, político (não ideológico), socioeconômico, ambiental. Exige produção e consumo consciente. Exige a realização dos nossos potenciais e vocações a serviço do bem comum – um ente abstrato mas ligado à energia universal da Vida.

Meios

Estudos e trabalhos; ofícios e hobbies; esportes, exercícios e artes marciais; ioga, meditação, oração, boa ação; leitura, fotografia, música, cinema, arte, conversa, amigos; horta, mercado, bichos, trilhas, estrada; etc. Qual é a sua receita para estar bem? Ela está equilibrada?