O prefeito de Porto Nacional, Joaquim Maia (PV), em entrevista ao Jornal do Tocantins, enfatiza que nos assentamentos e comunidades rurais têm 949 famílias que dependem da travessia na ponte. Já nos distritos de Nova Pinheirópolis no Escola Brasil são quase 500 famílias. “Isso sem contar nas pessoas do entorno do Rio Tocantins que acabam se reportando a Porto Nacional como cidade apoio”, comenta.

Segundo o prefeito, apesar do Município ter comunicado várias vezes à gestão estadual sobre os problemas estruturais na ponte, nunca foi feito um estudo técnico da estrutura por nenhum gestor estadual. “Tivemos várias reuniões com os governadores e nesses encontros externamos a necessidade da construção de uma nova ponte. Essa seria a solução pra resolver essa problemática”, completa o líder municipal.

Em seguida ele enfatiza que a medida do Governo estadual em interditar a ponte foi irresponsável. “A prefeitura tem tido um sentimento muito forte da maneira como ocorreu a interdição. Entendemos a comoção que o Brasil vive em relação ao que ocorreu em Brumadinho (MG), porém, a ação em Porto Nacional foi intempestiva e sem planejamento. Porque não teve, em nenhum momento, uma discussão com a prefeitura e comunidade para tomar uma medida tão grave, que vai impactar na vida de tantas famílias”, observa o prefeito.

O gestor ainda teme que a interdição cause problemas sociais e econômicos na cidade. “O que tem movido a prefeitura é o aspecto social, em saber que têm seis mil pessoas morando do outro lado sem condições de trafegar de um lado para o outro. Não teve nenhuma alternativa para a população que está do outro lado atravessar”.

Em relação à economia, Maia diz que a ponte é um elo essencial para a chegada de produtos no município. “Com certeza o abastecimento será prejudicado, porque muitos produtos chegam através dessa ponte aqui para nós. Uma alternativa seria que os caminhoneiros passassem por Peixes ou Palmas, mas daí os produtos podem ficar mais caros desta forma. E acima de tudo o que fica é o sentimento de isolamento. Então poderia ter um planejamento melhor para que a população não fosse tão impactada”.

A prefeitura avalia a possibilidade de entrar com algum recurso jurídico. “Estamos avaliando a possibilidade de entrar com uma ação contra o Estado”.