A Investco, empresa responsável pela Usina Hidrelétrica Luís Eduardo Magalhães em Lajeado, afirmou, através de uma nota enviada nesta terça-feira, 12, que desconhece os fatos nos quais se baseia a informação divulgada pela Secretaria Estadual de Infraestrutura (Seinf) sobre o fato do enchimento do lago, após a construção da barragem, ter prejudicado a estrutura da ponte do Rio Tocantins, localizada na TO-255, em Porto Nacional, distante a 60 km de Palmas.  

A conclusão dos relatórios de que o lago teria contribuído para o processo de deterioração da ponte foi dada pelo secretário da Seinf, Renato de Assunção, na tarde desta segunda-feira, 11, em uma coletiva de imprensa, na sede da pasta.

O gestor ressaltou que a ponte foi construída anteriormente para transpor um rio e não um lago, com isso, segundo ele, após o enchimento do reservatório, os pilares, que antes ficavam submersos somente em períodos de cheia do Rio Tocantins, passaram a ficar cobertos de água durante todo o tempo, provando o desgaste precoce das peças.

Assunção ainda mencionou que o governo deve mover uma ação contra a Investco para que ela seja responsabilizada pelo problema.

Ainda na nota enviada pela empresa, a Investco informa que vai aguardar mais detalhes para se pronunciar sobre a devida suposição por parte do Estado.

Interdição

Durante a coletiva realizada nesta segunda-feira, Renato de Assunção e o presidente da Agência Tocantinense de Transportes e Obras, Virgílio Azevedo, divulgaram outros detalhes sobre os impactos da interdição da estrutura.

Segundo o Estado, a balsa que fará a travessia do lago deve começar a operar em até 15 dias. Até lá, barcos e profissionais da Defesa Civil e Corpo de Bombeiros irão realizar a travessia de pedestres. Estes serviços estão previstos para iniciar ainda nesta semana.

A respeito da cobrança da balsa - que é uma demanda das comunidades que vivem à margem direita do rio - o governo informou que poderá arcar com parte dos valores, mas a tarifa ainda não foi definida.

Estado

O Governo do Estado, por meio da Agência Tocantinense de Transportes e Obras (Ageto), informa que está aguardando a conclusão do relatório definitivo dos trabalhos de inspeção da ponte de Porto Nacional para que, posteriormente, caso confirmadas as suspeitas de que a estrutura teve sua vida útil reduzida em decorrência da formação do lago, a Procuradoria possa  atuar na  corresponsabilização da Investco pelos danos.