Sindicatos e associações não abrem mão de receber o passivo de 2015 e a data-base integral deste ano. Eles prometem uma mobilização conjunta no caso de permanecer a negativa do governo em pagar, o que pode culminar em greve geral. Os representantes se reuniram na manhã de ontem e definiram a criação do Movimento de União dos Servidores Públicos Civis e Militares do Estado do Tocantins (Musme), que vai tomar frente às negociações com o governo. “A organização é no sentido de unir forças para garantir os direitos dos servidores”, explicou o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos no Estado do Tocantins (Sisepe), Cleiton Pinheiro. Nas negociações do ano passado, cada categoria pactuou separadamente com o governo e segundo Pinheiro, a deliberação deste ano é que na possibilidade de deflagrar greve, não será fragmentada. “Não iremos mobilizar individualmente sobre data-base e se tiver necessidade de uma greve vai ocorrer de forma geral pela primeira vez no estado do Tocantins”, alertou o presidente ao ressaltar o interesse dos servidores de chegar a um acordo com o governo.Os sindicatos reafirmam a necessidade de ouvir as categorias antes de tomar qualquer posicionamento sobre paralisação dos serviços e o prazo para que todas as assembleias aconteçam é 11 de junho. “Os servidores não abrem mão do pagamento do passivo. Nós somos apenas os interlocutores da insatisfação do funcionalismo público com a atual situação”, pontuou Pinheiro.O movimento, que deve se reunir com o Grupo Gestor do governo na próxima terça-feira para mais uma rodada de negociações, adiantou que vai exigir o cumprimento da lei. “É preciso que o governo pague o que deve e vamos para a reunião com essa postura. São eles [GOVERNO]que têm que organizar as contas públicas e pagar o que o servidor tem direito”, disse o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Tocantins (Sintet), José Roque.ImpactoEm nota, o Grupo Gestor informou que “o impacto financeiro aos cofres públicos com o pagamento do retroativo da data-base de 2015 e do benefício de 2016 é de R$ 307 milhões ao ano” e neste sentido propõe que “o montante das dívidas seja dividido em parcelas a serem negociadas com as categorias”.A frustração de receita do governo, principalmente no que diz respeito à queda no repasse do Fundo de Participação dos Estados (FPE), tendo em vista a crise financeira do governo federal, é considerada, pelo Grupo Gestor, como “entrave” para a quitação dos passivos de 2015 e acerto do reajuste deste ano.