A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) negou nesta quarta-feira (13) pedido da defesa do presidente Michel Temer para impedir o procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, de atuar nas investigações contra Temer com base na delação premiada dos executivos do grupo J&F. O placar final ficou em 9 a 0. 

Acompanharam o ministro Luiz Edson Fachin, relator do pedido da defesa e que negou monocraticamente o pedido dos advogados do presidente, os ministros Alexandre de Moraes, Rosa Weber, Luiz Fux, Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio Mello, Dias Toffoli o decano Celso de Mello e a presidente da Corte, Cármem Lúcia. Segundo apurou o Broadcast, o ministro Gilmar Mender estava no prédio do STF, mas não compareceu ao plenário para proferir o seu voto. Esteve ausente da sessão o ministro Luis Roberto Barroso, que se encontra no exterior. 

 Os advogados do presidente querem evitar uma eventual nova denúncia contra Temer até a conclusão de uma investigação envolvendo o empresário Joesley Batista. Expectativa é que Janot apresente a próxima denúncia antes de deixar o comando da PGR, em 17 de setembro.

 O julgamento ocorre em meio a um clima de tensão com delações premiadas, desde que o dono e o advogado da JBS, os delatores Joesley Batista e Ricardo Saud, foram presos e viram seu acordo de colaboração suspenso.

 Na véspera da sessão, os ministros Gilmar Mendes e Edson Fachin trocaram farpas. Gilmar disse que a PGR se encontra em estado de "putrefação" e sugeriu que Fachin deveria estar constrangido porque foi "ludibriado por Marcello Miller (ex-procurador)". Fachin rebateu dizendo que sua "alma está em paz".