Em pronunciamento de rádio e televisão na noite de hoje, o presidente Jair Bolsonaro defendeu o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina como possibilidade de tratamento da covid-19 no Brasil, embora não haja estudos conclusivos sobre a eficácia do medicamento. Na declaração, ele também voltou a criticar medidas de isolamento social e a volta ao trabalho, mas adotou um tom mais conciliador em relação a governadores.

Bolsonaro citou o caso do cardiologista Roberto Kalil, diretor-geral do Centro de Cardiologia do Hospital Sírio-Libanês, que usou o remédio no tratamento.

"Após ouvir médicos, pesquisadores e chefes de Estado de outros países, passei a divulgar, nos últimos 40 dias, a possibilidade de tratamento da doença desde sua fase inicial", afirmou o presidente. Kalil admitiu hoje ter tomado a cloroquina e disse que recomendaria a seus pacientes. "Essa decisão poderá entrar para a história como tendo salvo milhares de vidas no Brasil. Nossos parabéns ao Dr. Kalil."

A defesa da aplicação da cloroquina, sem restrições, contraria o que diz o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. A recomendação da pasta tem sido de adotar a substância apenas em casos mais graves. A cloroquina ou a sua variação, a hidroxicloroquina, é usada para o tratamento da malária e de doenças autoimunes.

O presidente afirmou que a Índia vai enviar ao Brasil, até sábado, matéria-prima para a produção de hidroxicloroquina, quer será utilizada tanto para tratar covid-19 quanto lúpus e artrite.

Bolsonaro também disse que o governo federal não foi consultado sobre as medidas de quarentena adotadas pelos Estados e municípios e reforçou receio com a situação econômica do País. O presidente também destacou o início do pagamento esta semana do auxílio emergencial de R$ 600.