Reportagem da revista Piauí publicada nesta sexta-feira, 7 de outubro, lista os deputados federais reeleitos Carlos Gaguim (União), Eli Borges (PL) e Vicentinho Júnior (PP) entre os 140 parlamentares reeleitos no dia 2 de outubro beneficiados pelas emendas de relator - o orçamento secreto - que alcançaram mais de R$ 6,2 bilhões de reais de recursos, valor superior aos R$ 5,7 bilhões do fundo eleitoral dividido entre os partidos nestas eleições.

Os três deputados juntos, segundo planilha disponível no site da revista, receberam quase R$ 100 milhões de emendas do orçamento secreto. 

A revista compara as verbas recebidas de emendas de relator e votos conquistados pelos reeleitos para encontrar o "valor do voto". A média nacional calculada pela revista é de 255 reais cada voto. A reportagem exclusiva de Breno Pires, jornalista que revelou a existência do Orçamento Secreto, cita a distribuição de R$ 9,3 bilhões para todos os deputados reeleitos no país.

Nesta lógica, o voto mais “caro” do Tocantins é o de  Carlos Gaguim (União) R$ 1,1 mil reais. Ex-governador do Tocantins, Gaguim teve à disposição R$ 58,4 milhões de reais de emendas RP-9 e conquistou 52.203 votos, média de R$ 1.118,71 cada voto. 

Vicentinho Júnior (PP) aparece beneficiado com R$ 30,1 milhões de orçamento secreto e se reelegeu com 55.292, média de R$ 545,29 por voto. Eli Borges (PL) se beneficiou com R$ 11 milhões do orçamento secreto e foi reeleito com 35.171, o que resulta numa média de R$ 312,76.

Os três deputados do Tocantins, assim como a maioria dos reeleitos entre os beneficiados pelas emendas de relator. 

A revista conclui que os resultados da eleição reforçam o que já foi revelado, em inúmeras reportagens, que as emendas do orçamento secreto privilegiam a base aliada do presidente Jair Bolsonaro.