Esses dias estava pensando.... afinal sustentabilidade não é coisa nova. Não é modismo. Não faz parte, apenas dessa nova geração.

Mesmo sem saber nossos avós nos ensinaram, na prática, o conceito de sustentabilidade. Os teóricos definem-a como “uma forma de evidenciar ações e atividades humanas que visem suprir as necessidades atuais dos seres humanos, sem comprometer o futuro das próximas gerações. Ou seja, a sustentabilidade relaciona “desenvolvimento econômico e material sem agredir o meio ambiente”, usando os recursos naturais de forma inteligente para que eles se mantenham no futuro.

Como dizia, esse conceito nos parece novo, mas cresci em meio a reaproveitamento de quase tudo. Desde roupas, sapatos e livros a material de construção. O que não servia mais a um, era passado a outro, fosse lá da família ou da vizinhança. Meus livros didáticos, já os recebia de outra pessoa. Era bom que já vinham encapados.

No tempo que morei no sítio, a colheita era feita em mutirão. Cada semana era numa propriedade. A meninada se divertia com isso. Era sinal de brincadeira farta e muitas guloseimas.

Se tinha casamento, a casa era construída em mutirão. Não se comprova tudo novo, janelas, portas, telhas eram (re) aproveitadas de um sitio para o outro. Havia o sentimento de pertencimento a um grupo social, que mesmo sem um estatuto se igualava a uma cooperativa.

Nos tempos atuais falam em Permacultura, Economia Solidária, Consumo Consciente, dentre outras ações sustentáveis. Esses temas nos remetem ao trilho de uma Economia Circular. Pois bem, que essa tendência vintage se propague e que os ensinamentos de minha avó sejam cada vez mais, não apenas modismo, mas uma realidade entre nós.



Valtuir Soares Filho
é mestre em Ambiente e Desenvolvimento pela Univates-RS e coordenador do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Católica do Tocantins e professor na Universidade Federal do Tocantins.

E-mail:

valtuirs@gmail.com