Depois de um longo período de estiagem e dos inúmeros problemas que se realçaram “novamente” como produto da falta de chuvas nas mais diversas regiões do nosso querido Estado do Tocantins e a espera continua!

O culpado, todos nós já conhecemos: um fulano conhecido por “El Niño”, fenômeno atmosférico cíclico que atua como um dos principais moduladores de chuvas para América do Sul. Cujas consequências, são conhecidas há anos e por todos. Indubitavelmente, fora o maior evento dos últimos 25 anos, que castigou nossa região e continuou castigando o semiárido brasileiro.

Faltaram chuvas e os prejuízos foram os mais diversos. Primeiro no setor agrícola, que apresentou uma das maiores quebras de safra da cultura da soja no Estado. Inviabilizou também, a safrinha do milho. Por fim, um ano a ser esquecido pelos produtores. E o meio ambiente? Ressurgiram problemas inerentes à demanda e a oferta em uma das regiões mais importantes do Estado. E a Lagoa da Confusão virou destaque nacional. O Sudeste também agonizou! E onde mais não faltaram chuvas?

E a nossa “memória” hidrológica e climatológica, como anda? Mal das pernas. Há três anos consecutivos que literalmente, falta água em nossa bacia hidrográfica Tocantins-Araguaia, você lembrava-se disso? Notoriamente, acompanhamos níveis de águas mais baixos do que o normal, principalmente, no rio Tocantins, hoje um dos principais atores da produção de energia elétrica do Brasil.

Com as temperaturas nas alturas e a umidade relativa do ar muito abaixo dos níveis considerados adequados para saúde humana pela Organização Mundial de Saúde, o ano continuou ruim, com incremento criminoso das queimadas que começaram muito mais cedo devido à atuação do menino “El Niño”. Sistemas transitórios e temporários fortaleceram fenômenos típicos do nosso período chuvoso, em pleno mês de setembro produzindo chuvas, que em muitos locais ficaram acima do esperado para a região.

Outubro passou, e as chuvas regulares ainda não vieram. Chuvas fortes assolaram os últimos dias, acompanhadas por raios e muitos ventos fortes, o que animou o setor agrícola, entusiasmo que virou frustração com o fim do mês de outubro e a realidade da insistente estiagem.

Faltará chuva daqui pra frente? Acreditamos que não! Variabilidade climática é uma palavra ainda a ser entendida por todos nós. Essa tal variabilidade climática garante que cada ano seja diferente um do outro. E tem sido assim, pelo menos nestes últimos anos, onde os extremos meteorológicos têm sido recorrentes em várias partes do mundo.

Aspectos positivos são deslumbrados e vislumbrados, onde o tal menino “El Niño” e a tal menina “La Niña” não produzirão efeitos negativos em nossa região, apesar de um começo nada brilhante. Que venham as chuvas: “deixa a chuva molhar”...