Os recursos alocados pelas administrações municipais para o estabelecimento e manutenção da arborização urbana, reflete a importância deste componente da infra-estrutura para os cidadãos. O valor monetário das árvores presentes nas vias urbanas, está vinculado ao planejamento das atividades relativas à sua implantação e manutenção. A arborização urbana é responsável por uma grande quantidade de bens e serviços ambientais e sócio-econômicos como a melhoria do clima local, controle da poluição sonora, visual e atmosférica, fixação do solo, drenagem e melhoria estética das cidades entre muitos outros. Além disso, diversos estudos comprovam que as áreas verdes quando adequadamente estabelecidas podem gerar empregos diretos e indiretos além de promover a geração de recursos pelo aumento do consumo de bens e serviços. Para avaliar os custos de implantação e manutenção da arborização é necessário o levantamento de custos relativos a: formação e/ou aquisição da muda, mão-de-obra e custos relacionados ao processo de implantação e manutenção, custos de bens de capital relativos aos equipamentos, veículos e máquinas e aqueles referentes aos recursos humanos. Um estudo realizado na cidade de Curitiba-PR, mostrou que o custo de implantação (produção de muda e plantio) de uma espécie de rápido crescimento foi de aproximadamente R$ 160,00/árvore e o custo de poda de uma árvore de grande porte realizada a cada cinco anos ficou em torno de R$ 108,00/árvore. Em Palmas, presenciamos a retirada indiscriminada da vegetação nativa seja pelo poder público, empresas privadas ou pela população em geral, sem a devida recomposição. Se levarmos em consideração apenas os custos de implantação e manutenção, tomando como exemplo uma área da ARSO 41 sul onde foram retiradas pelo menos 230 árvores adultas de aproximadamente 20 anos cada, quanto custaria? E se acrescentarmos os valores intangíveis como a melhoria do clima, controle da poluição, produção de sombra, frutos, valores estéticos, entre outros. A equação final é clara, é negativa, estamos perdendo dinheiro, recursos naturais e qualidade de vida. Se a população não acordar e tomar uma atitude o poder público continuará inerte e a nossa sobrevivência nesta cidade cada vez mais árdua e cara.

Renato Torres Pinheiro é graduado em Biologia pela Universidade Federal de Viçosa, doutorado pela Universidad de Alicante e pós-doutorado pelo Instituto Cavanilles de Biodiversidad y Biologia. É professor adjunto da UFT e membro do Grupo de Pesquisa em Ecologia e Conservação de Aves - Laboratório de Ecologia e Ornitologia (UFT)
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