O ex-líder dos governos de Luís Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, Cândido Vaccarezza, deixou nesta terça-feira (22) a carceragem da Polícia Federal em Curitiba. O juiz federal Sérgio Moro mandou soltar o ex-deputado federal após impor fiança, a ser paga em dez dias, de R$ 1,52 milhão e cinco medidas cautelares.

“Proibição do exercício de cargo ou função pública na Administração Pública direta ou indireta; compromisso de comparecimento a todos os atos do processo; proibição de deixar o país, com a entrega do passaporte a este Juízo em 48 horas; proibição de contatos com os demais investigados, salvo familiares e proibição de mudança de endereço sem autorização do Juízo”, determinou o juiz da Lava Jato.

A defesa de Vaccarezza havia informado à Lava Jato que o ex-deputado tinha agendado para a segunda-feira (21) “uma biópsia de próstata diante da constatação de uma alteração na glândula”. O advogado Marcellus Ferreira Pinto juntou aos autos o agendamento do exame.

Moro anotou que, por ora, é mais adequado impor medidas cautelares alternativas ao invés da prisão preventiva requerida. “As medidas alternativas propiciarão tempo para o esclarecimento da situação de saúde do investigado, para o aprofundamento das investigações, inclusive quanto à origem do dinheiro em espécie encontrado”, decidiu o juiz.

Investigação

A Abate apontou que Vaccarezza, líder do PT na Câmara entre janeiro de 2010 e março de 2012, usou “a influência decorrente do cargo em favor da contratação da Sargeant Marine pela Petrobras, o que culminou na celebração de doze contratos, entre 2010 e 2013, no valor de aproximadamente US$ 180 milhões”. O ex-deputado teria recebido propina de US$ 500 mil.

Segundo Moro, é “forçoso reconhecer” que “salvo o episódio envolvendo a Sargeant Marine, as investigações relacionadas aos outros fatos ainda nem se iniciaram e as provas pertinentes ainda são limitadas”.

A defesa, por meio do advogado Marcellus Ferreira Pinto, afirma que “a decisão de soltura não surpreende. Confiamos na inocência de Vaccarezza, que teve seu nome indevidamente incluído nos fatos investigados no processo.”