O ex-diretor da Odebrecht José de Carvalho Filho, um dos delatores na operação Lava Jato, contou que houve um pagamento de R$ 100 mil, para a campanha eleitoral, em favor do deputado federal Irajá Abreu (PSD), filho da senadora Kátia Abreu (PMDB).

Em um primeiro momento, ainda em abril, o ministro Fachin não abriu inquérito contra o parlamentar, devolvendo os autos à Procuradoria Geral da República. Em novo pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, solicitou a instauração do inquérito solicitando as seguintes diligências: juntada aos autos a prestação de contas, apresentada em 2014, ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE); levantamento dos cargos ocupados e de emendas propostas pelo parlamentar em benefício do grupo Odebrecht; verificação das obras realizadas pela Odebrecht na cidade de origem do deputado; e oitiva de Irajá e outras pessoas envolvidas na situação.

Os autos do inquérito contra o parlamentar foram enviados ao Departamento da Polícia Federal no dia 19 de maio, com prazo de 30 dias para devolução.

Por meio de nota, Irajá Abreu respondeu que todas as doações feitas para suas campanhas eleitorais de 2010 e 2014 foram realizadas dentro da lei e devidamente declaradas e aprovadas pela Justiça Eleitoral. “Não constam nas doações realizadas quaisquer recursos provenientes da Odebrecht ou de quaisquer empresas ligadas ao grupo”, diz trecho da nota.

O parlamentar encerra seu comunicado declarando ter plena confiança na Justiça brasileira e que está a disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários.