A defesa do ex-diretor de Serviços da Petrobrás Renato de Souza Duque – cota do PT no esquema de corrupção na Petrobrás, entre 2003 e 2012 – entregou ontem ao juiz federal Sérgio Moro, o registro fotográfico de um encontro que teve com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e detalhes sobre uma reunião em hangar no aeroporto de Congonhas, após a deflagração da Operação Lava Jato, em que o petista teria o questionado sobre conta na Suíça.

“Aproveita o ensejo para trazer aos autos prova material dos 3 encontros que teve com ex-presidente da República Luis Inácio Lula da Silva, que foram registrados em fotografia, todos para tratar de assuntos referentes a contratos da Petrobrás e arrecadação de valores para o PT”, informou a defesa de Duque, em petição à Justiça Federal.

“Além da fotografia acima que registra um encontro ocorrido em 2012, o requerente indica a data do encontro na qual o ex-presidente o chamou para falar dos depósitos feitos em contas no exterior, a reunião ocorreu no dia 2 de junho de 2014, após o início das investigações da operação Lava Jato, sendo que o requerente viajou do Rio de Janeiro para São Paulo no voo JJ3944 -CGH-SDU e retornou no voo SDU-CGH”, coloca o texto.

Delação

Preso desde 2015 e condenado a mais de 50 anos de prisão na Lava Jato, Duque tenta pela terceira vez uma acordo de delação premiada com a força-tarefa do Ministério Público Federal – em busca de benefícios que reduzam duas penas. Ele renunciou, na petição, oficialmente “qualquer direito sobre os valores depositados em três contas: “na Suíça Banco Cramer: Contas Satiras Stiftung – Drenos Corpotarion; b) Em Mônaco no Banco Julius Baer: Pamore Assets INC e Milzart Overseas Holdings INC”.

Duque não é réu nesse processo, mas pediu para ser ouvido pelo juiz Sérgio Moro. “O requerente manifesta seu interesse de continuar colaborando com todas as investigações das quais tenha conhecimento de fatos relevantes sobre a Petrobrás”, registra a petição .

No dia 5, quando prestou depoimento a Moro, Duque confessou pela primeira vez envolvimento com crimes na Petrobrás e disse que Lula “tinha pleno conhecimento de tudo, tinha o comando”.