Afastado do cargo de procurador de Justiça no Ministério Público de Goiás desde outubro de 2012, a defesa do ex-senador Demóstenes Torres pediu o retorno dele ao cargo após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que tornou inválidas as interceptações telefônicas que envolvem o goiano na Operação Monte Carlo.

Na ação, assinada pelos advogados Antônio Carlos de Almeida Castro e Luís Alexandre Rassi, diz que Demóstenes "poderá já retomar o exercício de suas funções, para o qual - reitera - encontra-se já pronto para imediato início".

Demóstenes se livrou no dia 14 de junho das ações penais do caso Cachoeira em decisão unânime da Corte Especial do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO). O arquivamento dos dois processos ocorre por ausência de provas lícitas.

Os planos do ex-senador são de se aposentar no MP-GO e se dedicar à advocacia, além de ter interesse em recuperar a elegibilidade.

Com o arquivamento das duas ações, o TJ-GO revogará a cautelar que determinava o afastamento das funções de Demóstenes como procurador. Assim, o MP-GO deve convocá-lo a voltar ao trabalho. Isso ocorrerá após a publicação do acórdão e ofício ao MP-GO. A previsão da defesa de Demóstenes é que ele retorne no mês de julho.

Nos processos que tramitavam no TJ-GO, Demóstenes era acusado dos crimes de corrupção passiva e advocacia administrativa (patrocínio de interesse privado perante a administração pública). Eram duas denúncias do MP-GO: uma com ação já instaurada que diz respeito a favorecimento a Carlos Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e outra relacionada a contratação de servidora fantasma - Kenya Vanessa Ribeiro -, a pedido do contraventor, como assistente parlamentar no Senado, que ainda não havia sido recebida.

O próprio MP-GO se posicionou pelo arquivamento após a decisão do Supremo, que considerou que Demóstenes, como senador, tinha foro privilegiado e as escutas deveriam ter sido autorizadas pela Corte. Como não foram, elas se tornaram inválidas.