Os presidentes de Rússia e China, Vladimir Putin e Xi Jinping, decidiram ontem promover uma iniciativa conjunta para solucionar o conflito coreano, que inclui o congelamento do programa armamentista da Coreia do Norte e das manobras militares de Estados Unidos e Coreia do Sul.

“A solução do problema na península coreana com o fim de garantir uma paz e estabilidade sólidas no nordeste da Ásia está entre as prioridades da política exterior comum”, disse Putin a jornalistas após se reunir com Xi no Kremlin.

Putin explicou que os dois países concordaram em impulsionar de maneira ativa “uma iniciativa comum, que tem como base o plano russo de recuperação do conflito coreano por etapas e a ideia chinesa de congelar paralelamente as atividades nucleares e de mísseis da Coreia do Norte e as manobras militares em grande escala de Estados Unidos e Coreia do Sul”.

Os ministérios de Relações Exteriores de Rússia e China também divulgaram um comunicado em que explicaram os detalhes do plano. Os dois países pedem à Coreia do Norte que anuncie de maneira voluntária “uma paralisação dos testes nucleares e de mísseis balísticos”.

“E (pedem) a EUA e Coreia do Sul que deixem de realizar manobras militares conjuntas em grande escala”, afirmaram as duas potências na nota, na qual expressaram rejeição ao uso da força e defenderam o princípio de “coexistência pacífica”.

Moscou e Pequim manifestaram sua “profunda preocupação com o anúncio da Coreia do Norte de 4 de julho sobre o lançamento de um míssil balístico”, que consideram um fato “inadmissível”, já que contradiz as resoluções do Conselho de Segurança da ONU.

Míssil

A Coreia do Norte anunciou ontem o lançamento do seu primeiro míssil balístico intercontinental, um marco em seu programa armamentista, embora a Rússia mantenha a alegação de que o foguete em questão era de alcance médio.

Além disso, segundo reportagem do jornal americano The New York Times, o presidente americano, Donald Trump, teria dito a Xi, na conversa telefônica dos dois na noite de domingo (2), que os EUA estão preparados para agirem sozinhos para pressionar a Coreia do Norte, se for necessário.

O jornal diz ainda que Trump não espera que a China mude radicalmente sua abordagem sobre Pyongyang, avaliando que Pequim se preocupa mais em evitar revoltas internas do que com o programa nuclear.