A manifestação dos familiares da Polícia Militar que resultou na greve da corporação chegou ao fim na noite desta sexta-feira (10) após uma reunião com o Governo do Estado. Os militares devem voltar aos trabalhos às 7h deste sábado (11).

Essa foi a segunda rodada de negociações, depois que o governo capixaba instituiu o comitê de negociação. A primeira foi na noite de quarta-feira (08) e durou cerca de três horas. Na última quinta-feira (10), uma reunião entre representantes do governo e as mulheres que representam o movimento de paralisação dos policiais militares foi realizada, porém, após mais de 10 horas de duração, também terminou sem um acordo entre as partes.

A crise na segurança pública durou seis dias e o assunto foi destaque internacional. As vias de acesso dos batalhões capixabas foram fechadas pelas famílias e amigos dos militares, o que levou à paralisação total dos policiais. O resultado foi muita insegurança, arrombamento, saques, assaltos e centenas de mortes em todo Espírito Santo.

As manifestações começaram na sexta-feira (3), quando parentes de policiais militares se reuniram em frente ao 6º Batalhão, na Serra, e bloquearam a saída de viaturas. Dentre as reivindicações, estavam reajuste salarial e o pagamento de auxílio-alimentação, periculosidade, insalubridade e adicional noturno aos policiais.

Mais de 100 assassinatos foram contabilizados em todo Estado em seis dias de paralisação dos policiais militares, de acordo com o Sindicato dos Servidores Policiais Civis do Estado do Espírito Santo (Sindipol/ES)

A Polícia Militar do Espírito Santo indiciou 703 policiais militares (PMs) pelo crime de revolta. Se condenados, a pena é de 8 a 20 anos de detenção em presídio militar e a expulsão da corporação. Esses policiais tiveram o ponto cortado desde sábado (4) e não vão receber salário. O secretário de Segurança Pública, André Garcia, informou que eles foram indiciados pelo crime militar de revolta por estarem armados e aquartelados nos batalhões.