Há cerca de dez meses, o estudante de engenharia de alimentos Paulo Henrique Lima encontrou uma compra no extrato do seu cartão de crédito de quase R$ 500,00 em uso do serviço do Uber. Entretanto, o jovem nunca tinha solicitado as viagens no valor que constava. Ele foi uma vítima de clonagem de cartão.

“Quando vi o valor altíssimo do meu extrato de compra, fui ver o que tinha debitado e encontrei a grande quantidade de compras”, conta. Ele não chegou a pagar a fatura, já que assim que descobriu o rombo já entrou em contato com o banco. “A funcionária do banco pediu meus dados e fez o cancelamento, depois me enviaram um cartão novo”, explica. “Acho que a meu cartão foi clonado durante uma viagem que fiz”.

Quem também já foi vítima de um crime parecido foi a professora Arister Alencar. “Descobri que tinham feito um empréstimo em 12 vezes em meu nome no banco”, lembra. A professora conta que na época o banco questionou se o empréstimo não havia sido feito por algum parente dela. “Depois de um tempo o dinheiro foi devolvido, mas até hoje não sabemos quem fez esse empréstimo”.

Cuidados

Ambos, o estudante e a professora, foram vítimas de crimes de roubos de dados, que vêm sendo recorrentes na internet. Segundo o especialista em segurança cibernética Claison Rezende o sequestro de dados em pequenas escalas e aos usuários particulares e muito comuns já há alguns anos. “Acontecem ataques diariamente, muitas vezes as empresas e as pessoas não divulgam por medo de demonstrar fragilidade ou vulnerabilidade”. Conforme Rezende, existem duas medidas importantes para se proteger dos crimes. “Manter os sistemas operacionais e um bom antivírus nos seus dispositivos móveis é essencial e minimiza impactos”. Outra dica do especialista é quando receber um link ou anexo confirmar a procedência e verificar em canais oficiais o que eles anunciam.

Em nota, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) aconselha que usuários de bancos tomem alguns cuidados para amenizar os riscos, já que os criminosos costumam atar o ambiente doméstico.
Assim como o especialista, a Febraban recomenda cuidado especial para mensagens recebidas de origem duvidosa, com arquivos anexados ou indicação de links para acesso.